Kazuo Ueda, presidente do Banco do Japão, demonstrou otimismo em relação ao aumento salarial no país. Ele acredita que a pressão no mercado de trabalho está contribuindo para esse crescimento, com a expectativa de que essa tendência leve a um aumento nas taxas de juros. As declarações de Ueda sinalizam que o cenário econômico japonês está mudando.
O presidente do Banco também observou que a escassez de mão de obra é um dos principais desafios atuais. Apesar da diminuição da população economicamente ativa, os salários vêm subindo, refletindo mudanças significativas no mercado de trabalho. As pequenas e médias empresas estão começando a se beneficiar do crescimento salarial, o que pode impactar a economia como um todo.
Em um contexto de inflação crescente, o Japão pode estar à beira de mudanças importantes em sua política monetária. Ueda reforçou que as condições para um possível aumento nas taxas de juros estão se consolidando, e o monitoramento contínuo da escassez de mão de obra será fundamental para as decisões futuras do banco.
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Kazuo Ueda, presidente do Banco do Japão, expressou otimismo quanto ao aumento das taxas de juros, impulsionado pelo crescimento salarial que se estende para além das grandes empresas, intensificado pelo aquecimento do mercado de trabalho. Suas declarações sugerem que as condições para uma possível elevação nas taxas estão se consolidando.
As observações de Ueda reforçam as expectativas do mercado de que o banco central japonês possa retomar o ciclo de elevação das taxas. Essa retomada havia sido interrompida devido a preocupações com os impactos das políticas tarifárias dos Estados Unidos na economia japonesa, que é altamente dependente das exportações.
Ueda destacou que, apesar da diminuição da população economicamente ativa no Japão, o crescimento salarial permaneceu estagnado por décadas. Esse fenômeno foi atribuído a “expectativas deflacionárias enraizadas”, que inibiram as empresas de aumentar tanto os preços quanto os salários. Ele fez essas declarações durante um painel na conferência anual do Federal Reserve em Jackson Hole, Wyoming, EUA.
Atualmente, os salários estão em ascensão e a escassez de mão de obra se tornou uma das questões econômicas mais prementes do Japão. A inflação global, desencadeada pela pandemia da Covid-19, atuou como um choque externo, desestabilizando o equilíbrio deflacionário do país.
Ueda ressaltou que o crescimento salarial está se disseminando das grandes corporações para as pequenas e médias empresas. Ele também mencionou que, a menos que ocorra um choque negativo significativo na demanda, o mercado de trabalho deverá permanecer aquecido, exercendo pressão ascendente sobre os salários.
Ueda participou de um painel que também contou com a presença de Andrew Bailey, presidente do Banco da Inglaterra, e Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu. Eles discutiram os desafios emergentes do mercado de trabalho em suas respectivas economias.
O Japão registrou três anos consecutivos de aumentos salariais consideráveis nas negociações salariais anuais da primavera entre empresas e sindicatos. Além disso, a mobilidade da mão de obra aumentou em comparação com os níveis historicamente baixos, com a geração mais jovem buscando empregos com salários mais altos, o que força as empresas a aumentarem os salários para atrair e reter talentos.
De acordo com Ueda, as mudanças demográficas iniciadas na década de 1980 estão resultando em uma escassez de mão de obra e uma pressão persistente sobre os salários. Essas mudanças também estão promovendo ajustes significativos no lado da oferta da economia, por meio de maior participação, maior mobilidade e substituição de capital por trabalho. Ele acrescentou que essas forças complicarão a relação entre as condições do mercado de trabalho, os salários e os preços.
Após um período de estímulo de uma década, o Banco do Japão elevou as taxas de juros para 0,5% em janeiro, acreditando que o país estava prestes a alcançar sua meta de inflação de 2% de forma sustentável. Em julho, o banco central japonês manteve as taxas estáveis, mas revisou para cima suas previsões de inflação e ofereceu uma perspectiva menos pessimista sobre a economia, mantendo vivas as expectativas do mercado de um possível aumento das taxas de juros ainda este ano.
O mercado de trabalho aquecido e a escassez de mão de obra no Japão podem influenciar futuras decisões sobre as taxas de juros. O Banco do Japão continuará monitorando de perto esses desenvolvimentos para ajustar sua política monetária de acordo com as condições econômicas em evolução.
Via Money Times
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