Bancos trocam dívida de R$ 20 bilhões por participação futura na Braskem em acordo com IG4

Bancos e IG4 firmam acordo para substituir dívida da Braskem por ganhos futuros na empresa.
18/12/2025 às 15:45 | Atualizado há 2 dias
               
Bancos aceitaram derivativos para facilitar controle da IG4 na Braskem. (Imagem/Reprodução: Investnews)

Bancos que detinham a dívida da Novonor fecharam um acordo com a IG4 Capital para trocar débitos de R$ 20 bilhões por instrumentos financeiros que refletem o valor futuro da Braskem.

No acordo, instituições como Itaú, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e BNDES passam a receber derivados ligados à valorização da petroquímica, que hoje vale em bolsa cerca de R$ 6 bilhões. Essa operação permite limpar os balanços dos bancos e manter exposição indireta à recuperação da empresa.

A IG4 assumirá o controle da Braskem com 50,1% do capital votante, enquanto a Novonor manterá uma pequena participação sem direito a governança. A estratégia visa recuperar parte das perdas com uma possível venda futura das ações.

Para viabilizar o pacto que coloca a IG4 Capital no comando da Braskem, os bancos que detinham a dívida da Novonor optaram por substituir esses débitos por instrumentos financeiros que refletem o valor futuro da petroquímica, em vez de venderem os créditos a qualquer custo. No acordo, instituições como Itaú, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e BNDES passaram a receber derivativos que garantem participação no eventual ganho quando a IG4 decidir alienar as ações da Braskem.

Essa estrutura financeira busca equilibrar a operação, considerando que hoje a Braskem vale cerca de R$ 6 bilhões em bolsa, enquanto a dívida atrelada a ações é avaliada em R$ 20 bilhões, mas sua fatia atual está em torno de R$ 2 bilhões. A Novonor transferirá os créditos para um fundo de investimento em direitos creditórios (FIDC), e as ações da petroquímica ficarão em um fundo de investimento em participações (FIP), vinculado à IG4.

Assim, os bancos limpam seus balanços e mantêm exposição indireta à valorização futura da empresa, seja por reestruturação ou melhores condições do setor petroquímico. A IG4 ficará com 50,1% do capital votante e cerca de 34% do total, compartilhando o controle com a Petrobras. A Novonor manterá 4% do capital, sem direitos de governança. A transferência das ações deve ocorrer em até 60 dias.

Os credores apostam que a recuperação do valor da Braskem permita recuperar parte das perdas já reconhecidas contabilmente quando houver uma venda futura das ações sob administração da IG4.

Via InvestNews

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.