O mercado de Criptomoeda na Argentina está no centro de um turbilhão político-financeiro após a promoção de uma nova moeda digital, a $Libra, pelo presidente Javier Milei. O caso rapidamente evoluiu para um escândalo nacional, levantando questões sobre a influência de criptomoedas na política e o potencial enriquecimento ilícito de figuras de poder. Investigações estão em andamento para apurar as responsabilidades e o impacto financeiro sobre os investidores.
A trama teve início com um tweet de Milei, incentivando o investimento na $Libra, lançada momentos antes. Milhares de pessoas responderam ao chamado, impulsionando o valor da moeda que, logo em seguida, entrou em colapso. Os maiores acionistas venderam suas participações, resultando em perdas coletivas de US$ 250 milhões para os demais investidores. A situação gerou acusações de que o presidente teria enganado a população, levando a pedidos de impeachment e investigações criminais.
Em meio à controvérsia, surgiram conexões entre o governo argentino e figuras do mercado de criptomoedas. Um consultor americano, que se apresenta como conselheiro de Milei, admitiu ter acumulado US$ 100 milhões com o esquema. Paralelamente, empresários relataram tentativas de venda de acesso ao presidente em troca de altas quantias em criptomoedas. As investigações buscam determinar se houve favorecimento indevido e se recursos públicos foram desviados para o esquema.
O caso ganhou ainda mais destaque com a ligação da $Libra a outros memecoins, como a $Trump e $Melania, promovidas por figuras políticas. Uma análise revelou que a conta criadora da $Libra tinha ligações com a conta da $Melania, levantando suspeitas sobre a manipulação do mercado de criptomoedas por grupos com interesses em comum. O escândalo também reacendeu o debate sobre a necessidade de regulamentação do mercado de criptomoedas e os riscos para os investidores.
A repercussão do caso na Argentina foi imediata, com a queda do mercado de ações e críticas de aliados políticos. A imprensa apelidou o escândalo de “Cryptogate”, e um promotor federal abriu uma investigação sobre a conduta de Milei. Em sua defesa, o presidente negou qualquer envolvimento no esquema e culpou uma startup de Cingapura, a KIP Protocol. As investigações prosseguem para determinar se houve crime de responsabilidade e se o presidente se beneficiou do esquema.
Via InfoMoney