BC mantém Selic em 15% e avança no controle da inflação

Entenda como a decisão do BC sobre a Selic impacta a inflação e as expectativas do mercado.
31/08/2025 às 06:24 | Atualizado há 3 dias
Banco Central
BC aposta na cautela da política monetária até o fim do ano para controlar expectativas. (Imagem/Reprodução: Moneytimes)

O economista-chefe do Itaú Unibanco, Mario Mesquita, afirma que o Banco Central está progredindo no controle das expectativas do mercado. Manter a Selic em 15% por um período prolongado pode trazer estabilidade econômica e auxiliar no combate à inflação.

A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) em interromper os cortes na Selic tem como objetivo ancorar as expectativas inflacionárias. Mesquita argumenta que essa estratégia é essencial para alcançar as metas estabelecidas e assegurar resultados sustentáveis no futuro.

Além disso, as projeções do Boletim Focus mostram uma queda nas expectativas de inflação para os próximos anos. Com um cenário de crescimento econômico moderado, as medidas do Banco Central se tornam vitais para garantir a estabilidade financeira no Brasil.
O economista-chefe do Itaú Unibanco, Mario Mesquita, acredita que o Banco Central está no caminho certo para controlar as expectativas do mercado. Segundo ele, a manutenção da política monetária cautelosa até o final do ano será crucial. A Selic, atualmente em um patamar elevado, já apresenta sinais de impacto na desaceleração da inflação, refletindo as medidas de aperto monetário adotadas nos últimos anos.

Mesquita ressalta que a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de interromper os cortes na Selic e mantê-la em 15% por um período prolongado, reforça o compromisso do Banco Central em consolidar as expectativas. Essa postura, segundo o economista, é fundamental para garantir que a inflação continue em trajetória de queda, alcançando as metas estabelecidas.

As projeções do Boletim Focus mais recente indicam uma melhora nas expectativas de inflação para os próximos anos. A projeção para 2025 recuou para 4,86%, e para 2026, para 4,33%. As estimativas para este ano também mostram uma tendência de queda, com recuos observados por 13 semanas consecutivas, enquanto as do próximo ano caem há seis semanas.

Segundo Mesquita, o termo “bastante prolongado” usado pelo Copom sugere um período de manutenção da Selic em 15% ainda maior do que o esperado anteriormente. Ele argumenta que, agora que o Banco Central está obtendo resultados positivos, não seria prudente mudar a estratégia. Essa visão reforça a importância da consistência na política monetária para garantir a estabilidade econômica.

O Itaú Unibanco projeta que o Banco Central retomará os cortes na Selic no primeiro trimestre de 2026, levando a taxa para 12,75% ao final daquele ano. No cenário inflacionário, a instituição financeira estima que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerrará 2025 em um patamar ligeiramente acima de 5%, com uma queda para 4,4% em 2026. Esse processo de desinflação, embora considerado lento, será sustentado pela política monetária.

Em relação ao crescimento econômico, o Itaú projeta uma alta de 2,2% no Produto Interno Bruto (PIB) em 2025 e de 1,5% em 2026. Apesar da desaceleração esperada, Mesquita vislumbra um consumo mais robusto no próximo ano, impulsionado por estímulos típicos de períodos pré-eleitorais. A expectativa é de uma expansão de quase 3% no consumo em 2026, com uma aceleração em relação a 2025.

A análise de Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú Unibanco, sugere que a estratégia do Banco Central está surtindo efeito no controle da inflação e na ancoragem das expectativas do mercado. A manutenção da cautela na política monetária, com a Selic em um patamar elevado por um período prolongado, é vista como crucial para garantir a estabilidade econômica e o crescimento sustentável nos próximos anos.

Via Money Times

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.