O Banco Central Europeu (BCE) decidiu manter as taxas de juros inalteradas, após uma série de oito cortes ao longo de um ano. Essa pausa ocorre em meio a negociações comerciais entre a União Europeia (UE) e os Estados Unidos, gerando expectativas e incertezas no mercado financeiro. Acompanhe os detalhes dessa decisão e suas possíveis implicações.
Após reduzir a taxa de juros para 2% no mês anterior, o BCE optou por não realizar novos ajustes. A taxa de juros havia sido reduzida em relação aos 4% praticados um ano antes, em resposta ao aumento dos preços após a pandemia de Covid-19 e a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022.
Com a inflação atingindo a meta de 2% estabelecida pelo BCE, as autoridades monetárias decidiram aguardar o resultado das negociações comerciais entre a UE e o governo de Donald Trump nos EUA. A expectativa é que essas negociações possam impactar a economia da zona do euro.
O Conselho do BCE apresentou uma visão equilibrada da economia, destacando que a incerteza no comércio é contrabalançada pelo investimento público. De acordo com o BCE, a economia tem demonstrado resiliência em um ambiente global desafiador, refletindo os cortes anteriores nas taxas de juros.
No entanto, o ambiente econômico permanece incerto devido às disputas comerciais em curso. Enquanto a presidente do BCE, Christine Lagarde, e seus colegas se reuniam, diplomatas da UE indicaram que um acordo com uma tarifa de 15% sobre as importações dos EUA de produtos da União Europeia estava sendo negociado.
Essa tarifa seria mais branda do que os 30% inicialmente ameaçados, representando um cenário intermediário para a economia da zona do euro. As estimativas do BCE mostram que tarifas mais altas dos EUA podem resultar em menor crescimento e inflação na zona do euro, dependendo da retaliação da UE.
Para Holger Schmieding, economista do Berenberg, um acordo comercial entre a UE e os EUA poderia impulsionar a economia da zona do euro e evitar novos cortes nas taxas de juros pelo BCE. O BCE declarou que suas decisões serão tomadas “reunião por reunião”, com base na avaliação das perspectivas de inflação e dos riscos envolvidos.
Os mercados monetários ainda preveem uma possível redução nas taxas de juros até março, devido ao risco de inflação muito baixa. Mesmo a projeção básica do BCE de junho, que considera tarifas de 10% dos Estados Unidos, indicava um aumento de preços abaixo de 2% nos próximos 18 meses.
A economia da zona do euro mostra sinais de aceleração, mas o crescimento permanece moderado. As empresas, embora otimistas, começam a sentir os efeitos das tarifas em seus lucros. Os bancos da zona do euro registraram um aumento na demanda por empréstimos, e a incerteza política não causou uma desaceleração econômica ou do mercado.
Via InfoMoney