Durante a COP30, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) anunciou um pacote financeiro de US$ 6 bilhões, cerca de R$ 32 bilhões, voltado a projetos sustentáveis. O objetivo é mitigar riscos e fomentar investimentos em energia limpa, infraestrutura e bioeconomia.
Entre as medidas destacam-se um acordo com o Banco Central do Brasil para liberar US$ 3,4 bilhões em hedge cambial, reduzindo riscos cambiais e atraindo investimentos privados, além de financiamentos de US$ 1 bilhão para empresas na Amazônia e demais biomas brasileiros. Também foram firmadas parcerias para ampliar crédito em energia limpa e inclusão digital na região.
As iniciativas têm impacto direto no desenvolvimento econômico e ambiental da Amazônia e países da América Latina. Incluem projetos de restauração florestal, expansão de redes de energia e infraestrutura resiliente, promovendo segurança hídrica e energia sustentável.
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Durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) anunciou um pacote de instrumentos financeiros que totalizam US$ 6 bilhões, aproximadamente R$ 32 bilhões. Essas Medidas na COP30 visam impulsionar e mitigar os riscos associados aos investimentos em projetos sustentáveis.
O presidente do BID, Ilan Goldfajn, em entrevista à Broadcast/Estadão, expressou otimismo em relação à direção que empresas e governos estão tomando. Ele reconheceu, no entanto, que existem questionamentos sobre a velocidade com que as metas climáticas e os financiamentos estão sendo implementados.
Goldfajn, que assumiu a presidência do banco multilateral em novembro de 2022, tem defendido uma mudança na forma como os recursos climáticos são alocados. Em vez de focar apenas em doações, ele argumenta que é crucial ampliar a viabilidade de investimentos lucrativos na economia verde.
Um dos principais anúncios é um acordo com o Banco Central do Brasil (BC) para liberar até US$ 3,4 bilhões em hedge cambial. Segundo o BID, essa medida tem como objetivo reduzir os riscos cambiais e atrair mais investimentos privados para projetos sustentáveis. O programa EcoInvest será o ponto de partida, oferecendo proteção contra a volatilidade cambial.
Os projetos que se beneficiarão desse hedge cambial são considerados estratégicos tanto do ponto de vista econômico quanto ambiental. Eles abrangem áreas como indústria verde, recuperação de biomas e infraestrutura adaptada para lidar com os efeitos das mudanças climáticas.
O acordo segue os padrões da Associação Internacional de Swaps e Derivativos (ISDA). O BID fornecerá derivativos de longo prazo aos investidores, enquanto o BC brasileiro conectará o banco a instituições locais para repassar esses instrumentos a custos mais acessíveis, sem expor seus balanços ao risco cambial.
Outra iniciativa importante é a carta de intenções assinada com o BNDES para estruturar um financiamento de US$ 1 bilhão. Esse montante será destinado a micro, pequenas e médias empresas que atuam na Amazônia, no Cerrado, na Caatinga e no Pantanal.
De acordo com o BID, o programa visa expandir o acesso ao crédito para negócios urbanos e rurais ligados à bioeconomia, agricultura sustentável e energia renovável. Cerca de 75% dos recursos serão direcionados ao bioma amazônico.
Além disso, US$ 1 bilhão será destinado ao financiamento de cidades em países amazônicos, com condições favoráveis e prazos de carência estendidos. Essa aliança de países da Pan-amazônia, denominada “Infraestrutura Resiliente e Cidades”, faz parte do Programa Amazônia Sempre do BID.
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, explicou que essa proposta surgiu de discussões sobre a necessidade de um programa específico de médio e longo prazo para os países amazônicos, envolvendo a equipe técnica do BID e do Ministério de Planejamento e Orçamento (MPO).
O projeto se baseia em três pilares: segurança hídrica, energia limpa e infraestrutura urbana resiliente. A iniciativa é liderada pela Rede de Ministérios de Fazenda e Planejamento dos países amazônicos e conta com o apoio do Grupo BID. Essa ação responde ao fato de que mais de 70% da população amazônica vive em cidades com carências de água, saneamento, energia, mobilidade e gestão de riscos.
Em parceria com o Fundo de Impacto da Dinamarca, a Agência Norueguesa de Cooperação para o Desenvolvimento (Norda) e a Agência Sueca de Cooperação para o Desenvolvimento Internacional (Sida), o BID também firmou uma carta de intenções. O objetivo é viabilizar uma nova garantia que pode liberar cerca de US$ 800 milhões em capacidade adicional de crédito para projetos de energia limpa nos programas Amazônia Sempre e América no Centro.
Essa colaboração, segundo o banco, amplia as oportunidades de financiamento para acesso à energia, modernização de redes, transporte sustentável e tecnologias emergentes na Amazônia e na América Central.
O Grupo BID e o Grupo AFD (Grupo Francês de Desenvolvimento) anunciaram, em Belém, um cofinanciamento de US$ 324 milhões para a instalação de cabos submarinos de fibra óptica no Maranhão e no Pará. A meta é levar internet de alta capacidade para aproximadamente 15 milhões de pessoas na Amazônia.
As informações divulgadas indicam a possibilidade de criação de um data center regional, com a participação de governos estaduais e recursos não reembolsáveis da União Europeia. O projeto estabelece a primeira rede submarina transfronteiriça dedicada à Bacia Amazônica, promovendo a inclusão digital, serviços públicos online e integração entre Brasil, Guiana Francesa e Europa.
O Conselho de Diretores do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) aprovou a primeira garantia de um banco multilateral de desenvolvimento para uma concessão de restauração florestal no Brasil. O instrumento, no valor de US$ 15 milhões, apoiará a concessão da Unidade de Recuperação Triunfo do Xingu, no Pará, com vigência de 20 anos.
A intenção é replicar esse modelo em outros estados. Na prática, o BID está oferecendo uma garantia ao governo do Pará, que assumiu alguns riscos na concessão para o setor privado, considerando que a área é altamente desmatada e sujeita a incêndios e invasões. Esse mecanismo é considerado pioneiro na redução de riscos em parcerias público-privadas (PPPs) ambientais.
O Grupo BID lançou a Power Transmission Acceleration Platform (PTAP) para expandir as redes de transmissão de energia na América Latina e no Caribe, com o apoio previsto de 15 milhões de euros da Alemanha, por meio da Iniciativa Internacional para o Clima. Além disso, o BID, o Ministério do Meio Ambiente e o BNDES assinaram uma carta de intenções para viabilizar um aporte de R$ 2,7 bilhões (US$ 500 milhões) do BID ao Fundo Clima.
Essas Medidas na COP30 representam um esforço significativo para direcionar investimentos para projetos sustentáveis e promover o desenvolvimento econômico e ambiental na região amazônica e em outros países da América Latina.
Via InfoMoney
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