Michelle Xia, após anos dedicados à pesquisa e biotecnologia nos Estados Unidos, retornou à China com um objetivo claro: diminuir o tempo de espera dos pacientes chineses por medicamentos inovadores. Essa motivação a impulsionou a fundar a Akeso em 2012, marcando o início de uma trajetória que não só transformaria o acesso à saúde no país, mas também a consagraria como a mais nova Bilionária da biotecnologia.
A Akeso, liderada por Xia, alcançou destaque no cenário farmacêutico global com o desenvolvimento de um medicamento que superou o Keytruda, da Merck, no tratamento de câncer de pulmão. O sucesso do Ivonescimabe impulsionou as ações da empresa, triplicando seu valor e elevando Xia ao patamar de bilionária, com uma fortuna estimada em US$ 1,2 bilhão.
Xia é uma das poucas mulheres bilionárias da biotecnologia na China, um feito que reflete sua visão e determinação. A Akeso combinou duas abordagens terapêuticas em um único medicamento injetável, estimulando o sistema imunológico a combater células cancerígenas e interrompendo o suprimento de sangue aos tumores.
As conquistas da Akeso inserem-se em uma onda de sucesso de empresas biofarmacêuticas chinesas. Um terço dos medicamentos licenciados por grandes farmacêuticas teve origem em empresas chinesas, um contraste com o cenário de 2019. Esse avanço é impulsionado pelo retorno de cientistas chineses que estudaram e trabalharam no exterior, como Xia.
Xia aplicou seu conhecimento para fundar a Akeso, recrutando os melhores talentos e superando dificuldades iniciais de investimento. Em 2015, a Akeso licenciou um candidato a imunoterapia para a Merck por US$ 200 milhões, marcando a primeira vez que uma empresa chinesa licenciava um anticorpo monoclonal para uma gigante farmacêutica global.
Com um foco em avanços científicos, a Akeso possui um terço de seus 3.500 funcionários dedicados à pesquisa e desenvolvimento. A empresa já teve cinco medicamentos aprovados na China, incluindo o Ivonescimabe. Além disso, um medicamento para câncer de cabeça e pescoço foi aprovado nos Estados Unidos.
O Ivonescimabe é o principal responsável por colocar a Akeso no centro das atenções da indústria farmacêutica. Em 2022, as grandes farmacêuticas hesitavam em firmar acordos com empresas chinesas, mas a Summit Therapeutics reconheceu o potencial do medicamento.
A Akeso e a Summit assinaram um acordo de licenciamento em 2022, com a Summit pagando US$ 500 milhões adiantados e até US$ 4,5 bilhões em pagamentos futuros. Em um ensaio clínico comparando o Ivonescimabe ao Keytruda, pacientes que usaram o medicamento da Akeso tiveram uma média de 11,1 meses antes da recidiva do câncer, em comparação com 5,8 meses para aqueles que tomaram o Keytruda.
A empresa busca expandir sua atuação para além do câncer, buscando tratamentos para doenças neurodegenerativas e autoimunes, visando o envelhecimento da população chinesa.
Via Forbes Brasil