Um **jato da Boeing retorna da China** aos Estados Unidos, marcando um possível revés nas relações comerciais entre os dois países. Este evento, rastreado por dados de voo, ocorre em um momento de tensões tarifárias crescentes, impactando a fábrica de entrega da Boeing em Xangai. A situação levanta questões sobre o futuro das operações da empresa no mercado chinês.
A decisão de trazer de volta uma das aeronaves que aguardavam finalização e entrega a uma companhia aérea chinesa, no centro de acabamento em Zhoushan, é um indicativo de interrupções nas entregas. Essa interrupção é consequência do fim de uma isenção de impostos que beneficiava o setor há décadas.
Apesar das tensões, a Boeing havia se preparado para manter suas atividades normais. Em março, três novos aviões 737 MAX foram enviados de Seattle para Zhoushan, antecedendo o anúncio das tarifas por Donald Trump em 2 de abril.
Entretanto, na sexta-feira, um dos primeiros jatos retornou sem ser entregue, voando de Zhoushan para Guam, um ponto de parada comum em voos transpacíficos, indicando seu retorno a Seattle. A Boeing não se manifestou sobre o ocorrido.
Essa viagem de 8.000 quilômetros ocorre em um período em que os negócios da Boeing na China estão sob análise, devido à disputa tarifária. A Bloomberg News reportou que a Boeing enfrenta uma possível proibição chinesa de importações.
Fontes do setor aeroespacial e de aviação informaram à Reuters que não há conhecimento de proibições formais contra a compra de aviões da Boeing. Analistas concordam que a imposição de tarifas sobre produtos americanos pela China pode impedir as importações de aeronaves.
Uma fonte do setor relatou que a Boeing e seus fornecedores estão se preparando para a possibilidade de suspender as entregas de aviões para a China. Em fevereiro, fotos mostraram que o avião em questão estava pintado com as cores da Xiamen Airlines, controlada pela China Southern.
A publicação The Air Current divulgou que uma companhia aérea chinesa cancelou um acordo de arrendamento de uma aeronave da Boeing. Fontes do setor mencionaram discussões sobre a possibilidade de armazenar os jatos não entregues em um depósito alfandegado.
Essa reviravolta ocorre enquanto a Boeing se recupera de um longo período de suspensão das importações de jatos 737 MAX, somada às tensões comerciais anteriores. O **Boeing retorna da China** expõe os desafios da empresa em um mercado estratégico.
Via InfoMoney