Bolsonaro critica STF, compara tribunal a ‘câmara de gás’ e menciona temor de morrer na prisão

Bolsonaro no STF: Entenda as declarações do ex-presidente sobre o processo, as acusações de golpe e seus temores. Saiba mais!
26/02/2025 às 08:49 | Atualizado há 3 meses
Bolsonaro no STF
Bolsonaro é denunciado ao STF por liderar tentativa de golpe de Estado. (Imagem/Reprodução: Eshoje)

Em entrevista recente, Bolsonaro no STF expressou a expectativa de ser condenado pelas acusações de liderar uma tentativa de golpe de Estado. Ele mencionou que considera o cenário atual desfavorável e se referiu à Primeira Turma do STF, responsável por julgar seu caso, como uma “câmara de gás”.

Bolsonaro relatou que, segundo boatos, a Primeira Turma do STF possui essa reputação. A referida turma é composta pelos ministros Alexandre de Moraes (relator do caso), Cármen Lúcia, Cristiano Zanin, Flávio Dino e Luiz Fux. Em contrapartida, os ministros Kassio Nunes Marques e André Mendonça, indicados por Bolsonaro durante seu mandato, integram a Segunda Turma do Supremo.

O ex-presidente afirmou que mantém contato com quatro dos onze ministros do STF. Ele manifestou preocupação com a possibilidade de ser condenado por todos os crimes imputados, o que poderia resultar em uma pena superior a 40 anos, levando-o a falecer na prisão.

Bolsonaro declarou que, para certos indivíduos, sua morte seria mais conveniente do que sua prisão, argumentando que sua detenção poderia gerar comoção nacional. Durante a entrevista, ele reafirmou sua defesa em relação às acusações de tentativa de golpe de Estado, minimizando seu envolvimento nos eventos de 8 de janeiro.

O ex-presidente alegou que seu ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, sofreu “tortura” psicológica por parte do ministro Alexandre de Moraes durante os depoimentos. Bolsonaro mencionou que Moraes teria ameaçado decretar a prisão de Cid, revogar sua delação premiada e prosseguir com investigações que envolveriam seus familiares caso o militar não dissesse a verdade.

Bolsonaro comparou a situação com a Operação Lava Jato, argumentando que esta foi anulada devido a um comportamento menos severo do que o supostamente empregado por Moraes. Questionado sobre a defesa de Cid, Bolsonaro afirmou que não o atacaria e que se colocava em seu lugar.

Bolsonaro minimizou a importância dos áudios extraídos dos celulares dos acusados de participar da trama golpista. Em um dos áudios, o general da reserva Mario Fernandes alega que um decreto foi despachado com o presidente e pede “movimento”. Bolsonaro questionou se havia algum áudio seu e admitiu que foram estudadas hipóteses de estado de sítio, mas que não chegou a convocar conselhos.

O ex-presidente foi acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de crimes como tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado contra o patrimônio da União, deterioração de patrimônio tombado e participação em organização criminosa. A soma das penas máximas pode chegar a 43 anos de prisão, além da possibilidade de inelegibilidade por um período superior aos oito anos já determinados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2023.

Em sua análise sobre Bolsonaro no STF, é importante notar que as declarações do ex-presidente refletem uma estratégia de defesa, buscando minimizar seu envolvimento nos eventos investigados e questionar a imparcialidade do processo. Resta aguardar os próximos desdobramentos e a decisão do Supremo Tribunal Federal.

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.