A BR Partners anunciou o pagamento de R$ 107 milhões em dividendos, incluindo um dividendo extraordinário de R$ 0,66 por unit. O yield chegou a 13,9%, superando a rentabilidade do CDI mesmo com a tributação.
Essa ação foi motivada pelo excesso de capital da empresa, que atingiu 16,2% no capital nível 1, e pela expectativa da nova lei que pode taxar rendimentos acima de R$ 50 mil. A recomendação é distribuir o máximo possível de dividendos antes da mudança tributária.
Além desse anúncio, a BR Partners vem diversificando suas fontes de receita e ampliando a participação de investidores estrangeiros e pessoas físicas. A liquidez diária das ações cresceu significativamente, fortalecendo a posição da empresa no mercado.
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Com a recente aprovação do projeto de lei que visa taxar rendimentos mensais acima de R$ 50 mil, muitas empresas estão se movimentando para antecipar o pagamento de dividendos. Nesse cenário, a BR Partners anunciou o pagamento de R$ 107 milhões em dividendos, o que corresponde a R$ 1,02 por unit, sendo R$ 0,66 por unit referentes a Dividendo extraordinário da BR Partners.
Esse montante eleva o dividend yield da companhia para 13,9%, um dos mais altos da Bolsa, superando o retorno do CDI já considerando a tributação. A decisão foi motivada pelo excesso de capital da instituição, que atingiu 16,2% no capital nível 1, conforme informou Vinicius Carmona, diretor de RI da BR Partners.
A aprovação do PL 1087/25, que trata da taxação da distribuição de dividendos, também influenciou a estratégia da empresa. Segundo um executivo, a recomendação é que as empresas distribuam o máximo possível de dividendos.
Além da BR Partners, a Axia (anteriormente conhecida como Eletrobras) também anunciou a distribuição de R$ 4,3 bilhões em dividendos intermediários.
Apesar do anúncio positivo sobre os dividendos, os resultados da BR Partners no terceiro trimestre foram impactados por um mercado de M&As menos aquecido. A receita apresentou uma queda de 15,5% em comparação com o mesmo período de 2024, totalizando R$ 133 milhões. O lucro também registrou um recuo de 15,8%, fechando em R$ 42 milhões. O ROE (Retorno sobre o Patrimônio Líquido) passou de 23,7% para 20,9%.
Vinicius Carmona ressaltou que, embora o mercado de M&A continue sendo o principal motor da empresa, a BR Partners tem buscado diversificar suas fontes de receita desde o IPO, visando reduzir a ciclicidade do negócio e manter o ROE acima do custo de capital.
Desde 2020, as receitas provenientes de negócios considerados não-cíclicos, como DCM, tesouraria e gestão de patrimônio, tiveram um crescimento de 346%, superando o aumento de 145% nas receitas totais da instituição, liderada por Ricardo Lacerda.
A BR Partners também divulgou a nova composição de sua base acionária, que se tornou mais diversificada após a listagem na Nasdaq e o follow-on realizado em 2023. A participação de investidores estrangeiros aumentou de 1% em 2022 para 18% atualmente. A fatia de pessoas físicas também cresceu, passando de 49% para 61%, enquanto a participação de investidores institucionais locais diminuiu de 50% para 21%.
A liquidez diária das ações da empresa também apresentou um aumento significativo, passando de cerca de R$ 1 milhão há três anos para uma média de R$ 6 milhões por dia atualmente.
Atualmente, a BR Partners possui um valor de mercado de aproximadamente R$ 2 bilhões na Bolsa de Valores, com as ações sendo negociadas a 10 vezes o lucro estimado para 2026.
O pagamento deste Dividendo extraordinário da BR Partners demonstra uma estratégia da empresa em otimizar o retorno para seus acionistas em um cenário de mudanças na legislação tributária e de busca por diversificação de suas fontes de receita.
Via Brazil Journal
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