O Bradesco revisou sua **Dólar a R$ 5,50** para o final de 2025, refletindo uma postura mais cautelosa diante das atuais incertezas tanto no cenário interno quanto no externo. A instituição financeira aponta que, embora o real tenha demonstrado uma aproximação do nível de equilíbrio de longo prazo, estimado em R$ 5,30 por seus modelos, essa valorização foi impulsionada principalmente pela fraqueza do dólar no mercado internacional.
De acordo com o modelo VEC utilizado pelo Bradesco, que considera as relações de longo prazo entre variáveis como os termos de troca e o passivo externo líquido em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), a taxa de câmbio de equilíbrio estaria em torno de R$ 5,30. No entanto, o banco ressalta que a cotação efetiva pode se desviar desse valor por longos períodos, influenciada por diversos fatores conjunturais.
Ao analisar os movimentos recentes da taxa de câmbio, o Bradesco estima que, desde maio, os fatores externos contribuíram para uma queda de R$ 0,23, enquanto os fatores domésticos adicionaram R$ 0,14 à taxa. Entre os elementos locais que impactaram a cotação, destacam-se o componente de erro do modelo, que foi parcialmente compensado pela queda no CDS (Credit Default Swap) e pelo diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos.
O recente desempenho do real também reflete o impacto das tarifas comerciais anunciadas pelos EUA contra o Brasil, que interromperam a tendência de valorização observada até o início de julho. Apesar desse revés, o Bradesco avalia que o real permanece relativamente próximo dos fundamentos, amparado pela fragilidade estrutural do dólar e pela característica mais fechada da economia brasileira, o que tende a atenuar efeitos mais duradouros de medidas protecionistas.
A revisão da projeção do Dólar a R$ 5,50 pelo Bradesco, demonstra a complexidade de se prever o comportamento do câmbio em um ambiente globalizado e sujeito a tantas variáveis. A análise do banco, que considera tanto fatores internos quanto externos, oferece uma visão abrangente dos elementos que influenciam a cotação do real.
Via InfoMoney