Brasil, anfitrião da COP30, critica dependência de créditos de carbono

Anfitrião da COP30, Brasil enfatiza a importância da gestão sustentável e crítica à dependência de créditos de carbono.
26/06/2025 às 17:16 | Atualizado há 2 dias
Créditos de carbono
Ana Toni alerta sobre a dependência excessiva de créditos nas metas climáticas. (Imagem/Reprodução: Infomoney)

O Brasil, país anfitrião da COP30, adverte contra a dependência excessiva de créditos de carbono para que os países alcancem suas metas climáticas. A diretora-executiva da cúpula da ONU, Ana Toni, ressalta que a prioridade deve ser a transformação das economias internas. A União Europeia, enquanto isso, considera incluir créditos de carbono em sua nova meta de emissões para 2040.

Os créditos de carbono permitem que um país compense suas emissões financiando projetos de redução de CO2 em outros lugares, como a restauração de florestas no Brasil. Embora os defensores vejam isso como uma forma de apoiar financeiramente projetos ambientais em países em desenvolvimento, os críticos apontam para casos de projetos que não entregaram os benefícios climáticos prometidos.

Ana Toni enfatiza que o Brasil não se opõe ao uso de créditos de carbono nas metas climáticas dos países, conhecidas como Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) na ONU. No entanto, ela alerta que depender demais desses créditos pode impedir a mudança real nas economias dos próprios países. A preocupação é que, ao comprar muitos créditos, um país não se esforce o suficiente para reduzir suas próprias emissões.

Toni também defende que os países garantam que os créditos de carbono utilizados gerem benefícios ambientais reais e de alta qualidade. Essa preocupação surge em um momento em que a União Europeia debate como atingir sua meta de redução de emissões para 2040. A Comissão Europeia deve apresentar uma proposta em 2 de julho, com o objetivo de reduzir as emissões em 90%.

Internamente, a UE está dividida sobre o uso de créditos de carbono para atingir essa meta. A Alemanha propôs que 3% da meta seja cumprida por meio de créditos, enquanto a França defende uma parcela maior. Dinamarca e Finlândia, por outro lado, argumentam que os créditos não são necessários. A posição do Brasil, como anfitrião da COP, é relevante, pois o país liderará as negociações e tentará promover metas ambiciosas entre as nações.

Vale lembrar que cerca de 200 países tinham até fevereiro para apresentar suas metas climáticas para 2035 à ONU, mas a maioria, incluindo a UE e a China, não cumpriu o prazo. A expectativa é que a UE apresente suas metas para 2035 e 2040 em breve, e a discussão sobre o papel dos créditos de carbono continua sendo um ponto crucial.

Via InfoMoney

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.