O vice-presidente Geraldo Alckmin anunciou que o Brasil solicitará à OMC esclarecimentos sobre tarifas elevadas dos EUA a produtos brasileiros. A decisão foi aprovada pelo Camex e está sob avaliação do presidente Lula. Essa consulta visa defender os interesses do Brasil no comércio internacional.
As tarifas impostas pelos Estados Unidos foram motivo de preocupação em reuniões anteriores da OMC, conforme destacou o secretário de Assuntos Econômicos. Ele alertou que essas medidas representam uma interferência em assuntos internos e podem comprometer as relações comerciais. O Brasil busca soluções equitativas no cenário de comércio global.
O embaixador brasileiro na OMC enfatizou a estabilidade da democracia brasileira e a importância da solução pacífica de conflitos. Levar a questão à OMC mostra o compromisso do Brasil em garantir um comércio justo e equilibrado, com possíveis efeitos significativos nas relações com os EUA.
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, anunciou que o Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior (Camex) aprovou a entrada do Brasil com uma Consulta do Brasil à OMC sobre as tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros. A decisão final sobre recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) caberá ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Durante a reunião do Conselho Geral da OMC em julho, o Brasil já havia manifestado sua preocupação em relação às medidas unilaterais adotadas pelos Estados Unidos, que afetam diversos parceiros internacionais. O secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty, Philip Fox-Drummond Gough, destacou que essas tarifas estariam sendo utilizadas como forma de interferência em assuntos internos de outras nações, numa alusão aos ataques do então presidente Donald Trump ao Judiciário brasileiro.
Trump, na época, declarou seu apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, alegando perseguição judicial. Ele chegou a anunciar uma sobretaxa de 50% sobre todos os produtos brasileiros a partir do dia 6, além de suspender os vistos de entrada nos EUA de sete magistrados do Supremo Tribunal Federal (STF), incluindo Alexandre de Moraes.
O embaixador brasileiro na OMC ressaltou que o Brasil, como uma democracia estável, tem princípios sólidos como o Estado de Direito, a separação de Poderes, o respeito às normas internacionais e a solução pacífica de controvérsias. A decisão de levar a questão à OMC reforça o compromisso do país com a ordem multilateral e a busca por soluções justas no comércio internacional.
A Consulta do Brasil à OMC representa um passo importante na defesa dos interesses comerciais do país e na busca por um sistema de comércio internacional mais equilibrado e transparente. O resultado dessa consulta poderá ter um impacto significativo nas relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos, além de influenciar o debate sobre o uso de tarifas como instrumento de pressão política.
Via InfoMoney
