O crescimento da demanda por data centers, impulsionado por inteligência artificial, oferece chances valiosas para Brasil e Chile. Ambos possuem características favoráveis para se destacarem, mas precisam implementar estratégias adequadas. O BTG Pactual projeta um aumento significativo na demanda por data centers nos Estados Unidos até 2030, o que facilita a busca por novas localizações de expansão.
Para que Brasil e Chile se tornem o ‘paraíso dos data centers’, algumas condições precisam ser atendidas. Energia estável e acessível é fundamental para suportar o elevado consumo energético exigido pela inteligência artificial. Além disso, a conectividade de rede é crucial para a eficiência dos data centers, e o Brasil já apresenta uma estrutura promissora nesse aspecto, com uma boa concentração de centros instalados.
Por fim, a regulação e a proteção de dados são fatores determinantes para atrair investimentos no setor. O Brasil busca fomentar a importação de equipamentos com isenção de impostos, enquanto o Chile já implementou leis de proteção de dados com supervisão adequada. Esses avanços podem transformar ambos os países em importantes hubs para atender à crescente demanda por capacidade de processamento e armazenamento.
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O aumento exponencial da demanda por Paraíso dos data centers, impulsionado pela inteligência artificial, esbarra em restrições de oferta, abrindo um leque de oportunidades para o Brasil e o Chile. Ambos os países reúnem condições favoráveis para se destacarem nesse cenário, desde que implementem estratégias eficazes e adaptadas às necessidades do setor.
O BTG Pactual destaca que a demanda por data centers nos Estados Unidos deve saltar de 31 GW em 2024 para 83 GW em 2030, representando 11,7% da produção total de energia do país. A pressão sobre a cadeia de suprimentos de AI nos EUA torna essencial a busca por novas localidades para expansão da capacidade.
Para se tornarem o Paraíso dos data centers, Brasil e Chile precisam atender a alguns requisitos essenciais. Energia confiável e acessível é o primeiro deles, já que a AI exige um consumo energético elevado para sua escalabilidade. A conectividade de rede também é um fator crucial para a implementação de data centers eficientes.
O Brasil se destaca com capacidade energética robusta nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul, além de melhorias significativas na estabilidade da rede nas últimas décadas. No Chile, o excesso de geração de energia no Norte do país é um ponto positivo, embora o clima, a falta de água e a baixa demanda local possam ser limitantes.
Em termos de conectividade, o Brasil apresenta dados promissores, com destaque para o Ceará, responsável por 90% do tráfego internacional de dados do país e com 16 cabos submarinos. O país conta com 188 data centers instalados, com demanda de 770 MW.
O Chile possui 65 data centers em operação, com capacidade de 228 MW, e outros 30 em desenvolvimento. O Plano Nacional de Data Centers (PDATA) visa criar uma plataforma para orientar futuros investimentos governamentais na área, reunindo informações sobre conectividade e outras variáveis relevantes.
Outro ponto importante para se tornarem o Paraíso dos data centers é a capacidade de resfriamento, já que essas estruturas geram muito calor. Embora não possuam o resfriamento natural de países mais frios, Brasil e Chile dispõem de água suficiente para sistemas de resfriamento, com exceção do norte chileno.
A combinação de regulamentação favorável e soberania de dados é fundamental para atrair investimentos. Um arcabouço regulatório brasileiro deve promover a importação de equipamentos de data center sem impostos em todo o país e regulamentar o uso e a proteção de dados em AI de forma clara.
O Chile já aprovou uma lei de proteção de dados que cria uma agência responsável pela supervisão, tratamento de reclamações e aplicação de penalidades a entidades que processam dados de indivíduos localizados no país, dentro ou fora dele.
Outros fatores que influenciam as decisões de investimento incluem considerações geográficas, como baixo risco de desastres naturais, proximidade com clientes e logística, além de questões imobiliárias, como terrenos adequados e baratos, leis de zoneamento e oportunidades de expansão, bem como a qualidade da força de trabalho de TI local.
Brasil e Chile têm a chance de se tornarem o Paraíso dos data centers ao superarem suas ineficiências, o que pode beneficiar diversas empresas. No Brasil, Eletrobras, Auren, Copel, Engie e Cemig se destacam devido aos seus portfólios de energia, assim como Equatorial, CPFL e Neoenergia, que sofrem com cortes no fornecimento de energia renovável.
No Chile, Colbun, Engie Chile e Enel Chile são as escolhas dos analistas, enquanto empresas de telecomunicações como Vivo e Entel também podem se beneficiar.
Uma análise do BTG Pactual aponta que, ao endereçarem suas ineficiências, Brasil e Chile têm um futuro promissor no setor de data centers. Ambos os países possuem os recursos e as condições necessárias para atrair investimentos e se tornarem hubs importantes para a demanda crescente por capacidade de processamento e armazenamento de dados.
Via Brazil Journal
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