O Brasil mantém sua posição de destaque no cenário global de inovação, conforme apontado pelo Startup Ecosystem Index 2025, do StartupBlink. O país ocupa a 27ª posição entre mais de 100 nações analisadas, liderando a América Latina. São Paulo se firma como um dos principais polos do hemisfério sul, ocupando o 23º lugar entre as cidades mais inovadoras do mundo. Essa conquista é um marco importante, mas também levanta questões sobre como expandir essa liderança para outras regiões brasileiras.
O ecossistema de startups no Brasil tem demonstrado resiliência e criatividade, mesmo diante de desafios econômicos e institucionais. A presença contínua de cidades como Rio de Janeiro e Belo Horizonte no ranking global confirma a relevância de centros urbanos com diferentes vocações.
No entanto, o relatório também aponta a saída de três cidades brasileiras do top 1.000 global, o que nos leva a refletir sobre como descentralizar a inovação, especialmente em regiões com potencial ainda não explorado como o Norte e o Nordeste do país.
Existe uma grande oportunidade para o Brasil tornar a inovação mais acessível e inclusiva. Cidades como Florianópolis, Recife, Campinas e Porto Alegre mostram que, com o apoio de universidades, centros de pesquisa e políticas públicas coordenadas, é possível criar ambientes competitivos fora dos grandes centros financeiros.
A conexão ativa com universidades, centros de excelência científica e programas de incentivo à pesquisa aplicada é um diferencial competitivo importante. Além disso, o acesso a capital, políticas públicas consistentes, redes de colaboração, programas de aceleração qualificados e uma cultura que valoriza o risco e o empreendedorismo são fatores cruciais.
Para impulsionar ainda mais o ecossistema de startups no Brasil, é essencial investir na formação de talentos conectados com o mercado, desde o ensino técnico ao universitário. A integração entre academia, setor privado e governo, com políticas públicas focadas em ciência, tecnologia e inovação, também é fundamental.
Um ambiente regulatório favorável, como o Marco Legal das Startups, e o fomento à internacionalização de empresas brasileiras podem acelerar o surgimento de empresas com impacto global. Ao considerar as demandas sociais e ambientais, o Brasil pode usar sua diversidade e criatividade como diferenciais.
Os dados do StartupBlink revelam tanto os avanços quanto as áreas que precisam de mais atenção. Com colaboração, visão estratégica e investimentos consistentes, o ecossistema de startups no Brasil pode gerar inovação com impacto positivo, sustentável e acessível a todas as regiões do país.
Via Exame