O Brasil é palco de uma forte concorrência entre Estados Unidos e China, principalmente em setores estratégicos como tecnologia, mineração e infraestrutura digital. Empresas americanas investem bilhões em cloud computing e mantêm controle significativo sobre dados essenciais do país.
Além dos investimentos, ambas as potências disputam espaço no comércio eletrônico e nas redes sociais, com empresas chinesas ganhando força no mercado brasileiro. A influência chinesa também aumenta em energia renovável e mineração, levando o Brasil a buscar diversificação de parceiros comerciais para equilibrar relações internacionais.
O Brasil é alvo de competição entre EUA e China, que disputam influência em setores como infraestrutura digital, mineração e comércio. A presença dos EUA permanece sólida devido ao expressivo volume de investimento estrangeiro direto no país, especialmente na área de tecnologia. Cerca de 60% da carga digital brasileira está armazenada em data centers na Virgínia, EUA, incluindo sistemas essenciais como PIX e serviços públicos.
Empresas americanas investem pesado em cloud computing no Brasil, com a Microsoft destinando R$ 14,7 bilhões e a Amazon (AWS) prometendo R$ 10,1 bilhões em expansão até 2034. Nas mídias sociais, a liderança é dos EUA, com Google e Meta dominando, embora plataformas chinesas como TikTok e Kwai coletem audiência significativa, totalizando 150 milhões de usuários no país.
Além disso, marcas chinesas como Shein, Temu e Shopee disputam espaço no comércio eletrônico brasileiro. O setor de delivery também atrai interesse, com a Meituan (Keeta) e a 99food (da chinesa Didi) competindo para desafiar o iFood. O TikTok planeja investir R$ 200 bilhões em data centers no Ceará, focando no uso de energia renovável.
Na área de infraestrutura, a Huawei detém fatias relevantes do 5G e outros segmentos. A China também investe em energia e mineração, com compras bilionárias, como da Anglo American pela MMG. Em resposta, os EUA estão ampliando investimentos, como na mineradora Serra Verde, focada em terras raras em Goiás.
O Brasil aumentou suas importações da China, que responde agora por cerca de 25% do total, enquanto vende majoritariamente soja, minério de ferro e petróleo. Essa dinâmica evidencia a pressão para diversificação de parceiros comerciais, tema presente nas recentes cúpulas do Mercosul.
Via Folha de S.Paulo