O Brasil conseguiu uma redução significativa de 16,7% nas emissões brutas de gases do efeito estufa em 2024, totalizando 2,145 bilhões de toneladas de CO2 equivalente. A diminuição é ainda maior quando consideradas as emissões líquidas, que caíram 22% graças à captura de carbono em florestas e áreas protegidas.
Os setores mais impactados foram o uso da terra, agropecuária, energia, processos industriais e resíduos, com a mudança do uso do solo respondendo por 42% das emissões brutas, principalmente pelo desmatamento. A queda deste ano representa a maior redução desde 2008, destacando o avanço do país em termos ambientais.
O controle do desmatamento foi fundamental para essa conquista, com a Amazônia registrando uma queda de 41% nas emissões. Entretanto, as queimadas aumentaram em diversos biomas, o que pode comprometer ainda mais a meta de emissões se forem contabilizadas. O relatório reforça a importância de manter políticas ambientais eficazes para avançar nas metas climáticas.
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O Brasil alcançou uma notável redução de 16,7% nas emissões de gases do efeito estufa em 2024, emitindo 2,145 bilhões de toneladas de gás carbônico equivalente (GtCO2e). Este resultado é ainda mais expressivo ao considerar as emissões líquidas, que apresentam uma diminuição de 22% devido à captura de carbono por florestas e áreas de proteção.
Os dados, divulgados pelo Observatório do Clima através do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG), revelam um panorama detalhado de cinco setores principais: mudança de uso da terra, agropecuária, energia, processos industriais e resíduos. A queda observada em 2024 é a maior dos últimos 16 anos e a segunda mais impactante desde 1990.
Márcio Astrini, do Observatório do Clima, destaca que este desempenho fortalece a posição do Brasil na COP30, a ser realizada em novembro. Segundo ele, poucos países do G20 ou entre os maiores emissores globais apresentarão reduções tão significativas em suas emissões totais.
Em 2024, a mudança de uso da terra foi responsável por 42% das emissões brutas, seguida pela agropecuária (29%), setor de energia (20%), resíduos (5%) e processos industriais (4%). Historicamente, a mudança de uso do solo é o maior contribuinte para as emissões no Brasil, com 98% desse impacto vindo do desmatamento.
Bárbara Zimbres, do IPAM, ressalta que o aumento no controle do desmatamento tem contribuído para a diminuição das emissões desde 2022. Em 2024, a Amazônia registrou uma queda de 41% nas emissões de gases do efeito estufa, enquanto o Cerrado reduziu 20%. O Pantanal teve a maior redução proporcional, com 66%. O Pampa, entretanto, aumentou suas emissões em 6%.
O setor de agropecuária também apresentou uma leve redução de 0,7% nas emissões. Em contrapartida, os setores de energia, processos industriais e resíduos registraram aumentos de 0,8%, 2,8% e 3,6%, respectivamente.
Rondônia, Pará e Mato Grosso lideraram a redução de emissões brutas entre os estados, com quedas de 65%, 44% e 44%, respectivamente. Minas Gerais, Piauí, Roraima, Rio Grande do Sul e Sergipe foram os únicos estados a aumentar suas emissões em 2024.
Considerando as remoções de carbono por áreas protegidas e florestas secundárias, as emissões líquidas do Brasil em 2024 totalizaram 1,49 GtCO2e. Isso resultou em uma queda ainda maior, de 64%, nas emissões do setor de uso da terra, que passou a responder por 17% do total das emissões líquidas do país. A agropecuária, por sua vez, tornou-se responsável por 42% da poluição líquida.
É importante notar que o SEEG não inclui as queimadas associadas ao desmatamento no inventário principal, tratando-as separadamente. Segundo Bárbara Zimbres, as queimadas aumentaram significativamente em quase todos os biomas em 2024, resultando em um aumento de duas vezes e meia nas emissões líquidas por fogo.
Ainda de acordo com a pesquisadora, se as queimadas fossem contabilizadas no inventário de emissões, as emissões líquidas nos últimos 10 anos aumentariam de 20% a 30%. Em 2024, esse aumento poderia chegar a quase 100%, dobrando as emissões líquidas do setor de uso do solo.
Os dados do SEEG oferecem uma visão abrangente sobre as fontes e a evolução das emissões no Brasil, evidenciando tanto os avanços alcançados quanto os desafios que ainda precisam ser superados para o cumprimento das metas climáticas.
Via InfoMoney
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