O Brasil está tornando-se um grande jogador na produção de café robusta. Projeções indicam que o país pode ultrapassar o Vietnã no mercado global em breve. Esse avanço é sustentado pela capacidade de adaptação climática e pela crescente demanda mundial.
Os números são promissores: até 2025, o Brasil deve produzir 24,7 milhões de sacas de café robusta, comparadas às 19 milhões de sacas de 2020. Apesar do Vietnã manter uma liderança temporária, a tendência é de que o Brasil possa liderar a produção em um futuro próximo, especialmente devido à resistência das plantas robusta às mudanças climáticas.
As técnicas de irrigação estão se tornando vitais para lidar com desafios climáticos. Com a isenção de regras de desmatamento da União Europeia, a procura por café robusta pode aumentar ainda mais. O crescimento desse setor pode trazer benefícios econômicos importantes e representar uma nova era na agricultura cafeeira brasileira.
O Brasil está se consolidando como um gigante na produção de café robusta, com projeções ambiciosas que o colocam à frente do Vietnã no mercado global. Impulsionado pela sua notável capacidade de adaptação climática e pelo aumento constante da procura mundial, o país está a caminho de dominar este setor, de acordo com um estudo recente divulgado pelo banco holandês Rabobank.
Nos últimos anos, a produção de café robusta no Brasil tem demonstrado um crescimento constante e impressionante. As projeções do Rabobank indicam que, em 2025, a produção deverá atingir 24,7 milhões de sacas de 60 kg, um salto considerável face aos 19 milhões de sacas registados em 2020. Em comparação, espera-se que o Vietnã produza cerca de 30 milhões de sacas de robusta nas safras de 2025/26, segundo dados do Departamento de Agricultura dos EUA.
O robusta se destaca por seu sabor mais forte e teor elevado de cafeína, contrastando com o arábica, conhecido por sua suavidade. Enquanto o robusta é amplamente utilizado em cafés solúveis, blends de expresso e bebidas geladas, o arábica é a escolha de marcas renomadas como Starbucks e Nespresso. A crescente preferência pelo robusta também se deve à sua resistência superior ao calor, seca e doenças, fatores cruciais em face das alterações climáticas que afetam a produção tradicional de café.
O aumento das temperaturas nas principais regiões cafeeiras do Brasil, que variaram entre 1,3 e 1,6 graus Celsius nos últimos 50 anos, juntamente com a diminuição da precipitação média entre 93 e 211 milímetros, são desafios que exigem estratégias de adaptação inovadoras. Nesse contexto, a irrigação surge como uma solução fundamental. Atualmente, cerca de 71% das plantações de robusta no Brasil utilizam irrigação, e estima-se que essa prática possa se expandir para 363.800 hectares até 2040.
Embora a instalação de plantações de robusta envolva custos iniciais elevados, estimados em cerca de US$ 15.700 por hectare, a sua produtividade significativamente superior – aproximadamente 170% maior por hectare em comparação com o arábica – compensa esses custos, com um retorno estimado em cerca de quatro anos, conforme apontado pelo Rabobank. Além disso, o Brasil dispõe de cerca de 28 milhões de hectares de pastagens degradadas que podem ser convertidas para uso agrícola, possibilitando uma expansão sustentável sem desmatamento.
A isenção do café solúvel das regras de desmatamento da União Europeia deverá impulsionar ainda mais a procura por produtos à base de robusta, com potencial para acelerar o crescimento da produção de café robusta no Brasil.
Via Forbes Brasil