BRF e Marfrig: quais serão os próximos passos na fusão?

Entenda os próximos movimentos na fusão entre BRF e Marfrig e como isso impacta o mercado brasileiro.
16/05/2025 às 19:17 | Atualizado há 2 semanas
Casamento de BRF e Marfrig
Investimento saudita na Minerva fortalece concorrência com a Marfrig no setor de carnes. (Imagem/Reprodução: Infomoney)

O recente anúncio do casamento de BRF e Marfrig tem chamado a atenção do mercado, especialmente pela presença de um “convidado” inesperado: a Salic. Essa empresa saudita, que investe nos setores agrícola e pecuário, já possui uma participação na BRF. A questão é que a Salic também é a principal investidora da Minerva Foods, uma concorrente da Marfrig no mercado de carne bovina brasileiro.

A situação se torna mais complexa porque a Salic está prestes a ter sua participação diluída nas duas empresas. Leonardo Alencar, da XP, aponta que a Salic, que detém um pouco mais de 30% da Minerva e 11% da BRF, passará a ter cerca de 10% da empresa resultante da fusão. Na Minerva, a diluição ocorrerá através de um aumento de capital aprovado em abril.

Esse cenário levanta questionamentos sobre como o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) analisará a fusão de BRF e Marfrig, considerando a participação do fundo saudita em dois grandes frigoríficos brasileiros. Desde 2021, a Marfrig aumentou sua participação na BRF, atingindo os atuais 50,49%, sem objeções do Cade.

O mercado está atento à comunicação das empresas nos próximos dias, buscando entender se o Cade exigirá alguma medida para aprovar a operação. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) preferiu não comentar o impacto da fusão no mercado.

A participação da Salic no casamento de BRF e Marfrig levanta questionamentos sobre possíveis impactos no setor. Com a diluição da sua participação em ambas as empresas, o fundo saudita pode ter sua influência reduzida no mercado brasileiro de frigoríficos.

Alencar, da XP, ressalta que a diluição da Salic na Minerva ocorre em meio a um aumento de capital aprovado pelo conselho do frigorífico. A família Vilela de Queiroz e a Salic se comprometeram com uma oferta de R$ 1 bilhão, com R$ 300 milhões pagos pelos sauditas.

A aprovação da fusão de BRF e Marfrig pelo Cade é um ponto crucial. O órgão regulador deverá analisar se a participação da Salic em ambos os frigoríficos pode gerar algum tipo de concorrência desleal ou concentração de mercado. O histórico da Marfrig, que aumentou sua participação na BRF sem problemas com o Cade, pode ser um indicativo de que a aprovação da fusão não enfrentará grandes obstáculos.

Os próximos passos da Salic e seu papel no cenário do casamento de BRF e Marfrig serão acompanhados de perto pelo mercado. A comunicação das empresas e a análise do Cade serão determinantes para o futuro da operação e para o setor de frigoríficos no Brasil.

Via InfoMoney

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.