Brics critica tarifas unilaterais impostas pelos EUA

Brics faz críticas às tarifas unilaterais dos Estados Unidos em recente declaração.
06/07/2025 às 13:22 | Atualizado há 4 dias
Cúpula dos líderes do Brics
Ministros do Brics criticam tarifas unilaterais que distorcem o comércio global. (Imagem/Reprodução: Moneytimes)

Os ministros de finanças e os chefes dos bancos centrais dos países do Brics expressaram forte desaprovação ao aumento unilateral de tarifas, classificando-as como medidas que “distorcem o comércio” e são “incompatíveis com as normas da Organização Mundial do Comércio (OMC)”. Essa declaração, embora não mencione diretamente os Estados Unidos, surge como uma resposta clara às políticas tarifárias implementadas pelo governo de Donald Trump.

A manifestação ocorreu durante um encontro no Rio de Janeiro, antecedendo a Cúpula dos líderes do Brics. No evento, foi divulgado um documento ministerial que detalha a posição do bloco em relação a diversas questões econômicas globais. Além do documento principal, foram publicados textos específicos sobre a reforma das cotas do Fundo Monetário Internacional (FMI) e o apoio à Convenção-Quadro da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Cooperação Tributária Internacional.

O documento ministerial enfatiza a resiliência dos membros do Brics e a continuidade da cooperação mútua, bem como com outras nações, visando proteger e fortalecer um sistema de comércio multilateral que seja não discriminatório, aberto, justo, inclusivo, equitativo, transparente e baseado em regras, tendo a OMC como núcleo central. O objetivo primordial é evitar guerras comerciais que possam levar a economia global à recessão ou prolongar um crescimento já limitado.

No que tange à reforma do sistema financeiro internacional, os ministros do Brics argumentam que as cotas do FMI não refletem o crescimento acelerado dos mercados emergentes e das economias em desenvolvimento. Eles defendem que o realinhamento das cotas deve considerar as posições relativas dos membros na economia global, protegendo, ao mesmo tempo, as cotas dos membros mais pobres.

A declaração sobre cooperação tributária advoga por um sistema internacional mais inclusivo, que promova a transparência fiscal e fortaleça o diálogo global, contribuindo para a redução das desigualdades. Os esforços devem se concentrar em promover a assistência mútua eficaz em questões tributárias, aumentar a transparência e combater os fluxos financeiros ilícitos relacionados a impostos, bem como coibir práticas tributárias prejudiciais e a evasão fiscal, inclusive por parte de indivíduos com alto patrimônio líquido.

Durante a Cúpula dos líderes do Brics, a COP 30, que será realizada em novembro em Belém, também ganhou destaque. Os ministros defendem um maior envolvimento das pastas da Fazenda e dos Bancos Centrais nas discussões, especialmente no que se refere ao objetivo de alcançar 1,3 trilhão em financiamento climático. Reconhecem a necessidade de enfrentar os desafios estruturais decorrentes das mudanças climáticas, transições energéticas, biodiversidade, conservação da natureza, mudanças demográficas e digitalização.

A Cúpula dos líderes do Brics reconhece que lidar com esses desafios apresenta oportunidades significativas de investimento e crescimento em desenvolvimento sustentável e erradicação da pobreza.

Via Money Times

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.