BTG e Perfin injetam R$ 10 bilhões na Cosan e reduzem dívida

A Cosan recebe R$ 10 bilhões do BTG para reequilibrar sua estrutura financeira e reduzir a dívida.
21/09/2025 às 18:03 | Atualizado há 1 semana
Injeção de R$ 10 bi
BTG Pactual e Perfin lideram aumento de capital de R$ 10 bi na Cosan. (Imagem/Reprodução: Braziljournal)

O BTG Pactual e a Perfin lideram a injeção de R$ 10 bilhões na Cosan, visando reequilibrar a estrutura de capital da empresa. Esse aporte traz dois novos sócios reforçando a capacidade de investimento e construindo um ambiente favorável para o crescimento da holding.

Os recursos obtidos não serão utilizados na Raízen, e as negociações continuam com a Shell para definir os próximos passos. Com esse aumento de capital, a Cosan pretende reduzir sua dívida de R$ 17,5 bilhões, minimizando as despesas financeiras anuais em mais de R$ 1,5 bilhão.

Além disso, a Cosan dará continuidade a outra oferta de até R$ 2,75 bilhões, assegurando equidade aos investidores. O CEO e o CFO da empresa farão um chamado ao mercado para detalhar o acordo, destacando a importância estratégica dessa manobra.
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A Injeção de R$ 10 bi na Cosan, liderada pelo BTG Pactual e Perfin, marca um novo capítulo para a holding de Rubens Ometto. Essa manobra financeira visa reequilibrar a estrutura de capital da empresa, trazendo para o bloco de controle dois novos sócios com vasta experiência em infraestrutura e notável capacidade de investimento.

A Cosan foi clara ao afirmar que os recursos obtidos com essa oferta não serão destinados à Raízen. A solução para a estrutura de capital da empresa de combustíveis ainda está em negociação com a Shell, com discussões em andamento para definir os próximos passos.

Como parte do acordo recém-anunciado, um consórcio composto pela Aguassanta (family office de Ometto), o BTG e a Perfin contribuirá com um montante total de R$ 7,25 bilhões, a um valor de R$ 5 por ação. O BTG será responsável por R$ 4,5 bilhões, oriundos majoritariamente de recursos da partnership que controla o banco. A Perfin, gestora de Ralph Rosenberg com R$ 13,7 bilhões sob administração, investirá R$ 2 bilhões, enquanto a Aguassanta contribuirá com R$ 750 milhões.

O aumento de capital inclui também um hot issue de R$ 1,8 bilhão, porém, essa oferta, com precificação prevista para 30 de outubro, possui algumas condições. Os acionistas que optarem por aderir a essa oferta estarão sujeitos a um lockup de dois anos em metade de sua posição acionária.

As condições estabelecidas para a oferta visam priorizar a alocação dos novos investidores, uma prática permitida pelas normas da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) para Emissores com Grande Exposição ao Mercado (EGEM), categoria na qual a Cosan se enquadra.

Para atender à base acionária atual, a empresa lançará outra oferta, logo após a conclusão da primeira, no valor de até R$ 2,75 bilhões, mantendo o mesmo preço da oferta anterior, garantindo assim a equidade entre os investidores.

Segundo Ometto, a entrada do BTG e da Perfin cria um ambiente favorável para retomar o crescimento da Cosan com solidez e disciplina financeira. Ele ressalta que são investidores alinhados com os objetivos de longo prazo da empresa e comprometidos com a estratégia de investir em setores considerados chave para o desenvolvimento do Brasil, como infraestrutura e energia.

Os três sócios firmaram um acordo de acionistas com duração de 20 anos, que inclui um lockup de quatro anos sobre as ações objeto do acordo. Em conjunto, eles deterão 55% do capital da Cosan após a conclusão da oferta, enquanto o free float corresponderá aos 45% restantes. Ometto, além de controlador, é o chairman do grupo e manterá o controle da empresa com 50,01% das ações vinculadas ao acordo por meio da Aguassanta, mesmo diante da diluição.

A Aguassanta indicará cinco membros para o conselho de administração, que será composto por nove pessoas, incluindo dois membros independentes. O BTG e a Perfin indicarão os outros quatro membros, incluindo um independente, assegurando uma governança equilibrada e representativa.

André Esteves expressou que é um privilégio para o BTG se tornar sócio de Rubens Ometto nessa coleção de ativos, construída ao longo dos anos por meio da consolidação de setores, da exploração de novas tecnologias e da formação de talentos. Ele ainda ressaltou que a Cosan tem uma história e o BTG irá contribuir com disciplina financeira para um futuro promissor.

O aumento de capital, realizado ao menor preço da ação nos últimos 10 anos e em um momento de alta alavancagem tanto da Cosan quanto da Raízen, tem como objetivo reduzir mais da metade da dívida corporativa da Cosan. A dívida fechou o segundo trimestre em R$ 17,5 bilhões, e espera-se uma redução da despesa financeira anual da holding em mais de R$ 1,5 bilhão.

Adicionalmente, a Cosan informou que avalia a possibilidade de vender participações em alguns ativos ao longo do tempo, buscando otimizar seu portfólio e fortalecer ainda mais sua posição financeira no mercado.

Durante as negociações para o aumento de capital, a Cosan manteve conversas com a Suzano, mas as partes não chegaram a um acordo, mostrando que diversas opções foram consideradas para a reestruturação financeira da empresa.

O CEO Marcelo Martins e o CFO Rodrigo Araújo realizarão um call com o mercado no início da noite, onde deverão detalhar os termos do acordo e responder às perguntas dos investidores e analistas.

Na estruturação da oferta, a Cosan contou com o suporte jurídico dos escritórios Mattos Filho e Pinheiro Neto, enquanto o BTG trabalhou com o BMA, e a Perfin, com o Tauil Chequer, demonstrando a complexidade e a importância da operação para o mercado.

Via Brazil Journal

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Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.