BTG prevê Selic estável em 15% e descarta cortes futuros

BTG confirma manutenção da Selic em 15% e não espera cortes até 2025.
29/07/2025 às 12:42 | Atualizado há 15 horas
Taxa Selic em 15%
BTG mantém expectativa de Selic a 15% ao ano na reunião do Copom. (Imagem/Reprodução: Moneytimes)

O Taxa Selic em 15% ao ano deve ser mantida, segundo análise do BTG Pactual para a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). A decisão de manter a taxa reflete um compromisso contínuo com uma postura contracionista, em resposta a dados recentes de inflação e atividade econômica. Entenda os principais pontos desta análise e o que esperar das próximas decisões do Copom.

A comunicação do Banco Central (BC), desde junho, sinaliza uma pausa no ciclo de aperto monetário. Os dados de inflação e atividade econômica, que ficaram abaixo do esperado, reforçam a expectativa de que não haverá mudanças na política monetária. Para Bruno Balassiano, Bruno Martins e Iana Ferrão, analistas do BTG Pactual, o comunicado do Copom deverá reiterar que ajustes na Selic dependem de evidências robustas de convergência da inflação à meta, o que exige juros restritivos por um período prolongado.

O Copom deve reconhecer o choque tarifário imposto pelos Estados Unidos como um fator adicional de incerteza, impactando preços, câmbio e confiança. O BTG Pactual argumenta que não há espaço para um afrouxamento monetário em 2025, e a estratégia mais adequada é manter a Taxa Selic em 15% ao ano. A desaceleração da atividade econômica deve continuar gradualmente, com projeções de inflação ainda acima da meta.

A inflação tem mostrado sinais consistentes de moderação, especialmente nos serviços subjacentes, com o IPCA-15 de julho reforçando essa tendência. A composição do índice foi considerada melhor do que o esperado, com surpresas baixistas nos serviços intensivos em mão de obra e bens industriais. Apesar desses avanços, a inflação subjacente permanece elevada e as expectativas continuam acima da meta estabelecida.

A atividade econômica mostra uma desaceleração mais visível nos setores cíclicos, como indústria de transformação e varejo. O Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre foi revisado de 0,4% para 0,2%, refletindo a fraqueza nesses segmentos, compensada pelo desempenho das indústrias extrativas e da agropecuária. O mercado de trabalho permanece resiliente, com forte criação de empregos, mas os salários nominais mostram sinais de estabilização e as condições de crédito continuam restritivas.

A decisão dos EUA de impor tarifas sobre produtos brasileiros introduz uma nova incerteza no cenário econômico. Embora os impactos diretos sobre o PIB e a inflação possam ser limitados, os efeitos indiretos podem ser mais significativos, com uma possível escalada do conflito representando um risco adicional para preços, câmbio e expectativas de inflação.

O choque tarifário adiciona um risco baixista ao crescimento, devido ao aumento da incerteza e a um possível recuo nos investimentos. A melhora na arrecadação reduz o risco fiscal de curto prazo, mas a situação permanece frágil. A manutenção da Taxa Selic em 15% é vista como crucial para garantir a convergência da inflação à meta e estabilizar a economia brasileira.

Via Money Times

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.