Cafeteria mineira abre primeira loja nos EUA apesar de tarifas de Trump

Descubra como uma cafeteria de Minas Gerais abriu sua primeira loja nos Estados Unidos mesmo com as tarifas impostas por Trump.
06/05/2025 às 15:51 | Atualizado há 1 dia
Franquias de cafeterias nos EUA
Cheirin Bão leva o café brasileiro aos EUA, superando desafios globais. (Imagem/Reprodução: Exame)

A Cheirin Bão, maior rede de cafeterias do Brasil, se prepara para inaugurar sua primeira loja nos EUA, em Boston. A expansão internacional ocorre em meio aos desafios das tarifas impostas pelo governo Trump. A empresa mineira, parte da holding Universal Franchising, aposta em um modelo de negócios replicável e autogerenciável.

Franquias de cafeterias nos EUA
representam um mercado competitivo. A Cheirin Bão escolheu os EUA como seu primeiro mercado internacional devido à forte cultura de consumo de café. Wilton Bezerra, CEO da empresa, vê o mercado americano como exigente e aberto a novas experiências gastronômicas. A parceria com o Grupo Zanon visa inicialmente atender ao público latino e brasileiro em Boston. O objetivo é adaptar a operação ao paladar americano gradualmente.

Expansão da Cheirin Bão: Franquias de cafeterias nos EUA e no Brasil

A Cheirin Bão planeja abrir 130 novas unidades no Brasil em 2025. A expansão nos EUA, juntamente com o crescimento no mercado interno, projeta um aumento de 18% no faturamento da rede. Em 2024, a Cheirin Bão faturou R$ 400 milhões, um crescimento de 10% em relação ao ano anterior. Apesar dos desafios econômicos e do aumento de preços, a empresa se mantém resiliente. O sistema de produção próprio é um dos diferenciais da marca.

A história da Cheirin Bão: De São Lourenço para o mundo

Fundada em São Lourenço, Minas Gerais, entre 2015 e 2016, a Cheirin Bão começou com uma proposta simples: oferecer uma experiência gastronômica baseada em doce de leite, café e pão de queijo. A ideia inicial evoluiu para um modelo de franquias presente em todo o Brasil. Eduardo Schroeder, sócio-fundador, acumulou experiência no comércio desde cedo, ajudando na papelaria da família. Apesar de ter se formado em Direito, um estágio em um escritório especializado em franquias mudou sua trajetória.

Foi nesse estágio que conheceu Wilton Bezerra, que desde os nove anos ajudava sua família vendendo cocadas. Bezerra passou por lanchonetes e trabalhou com representação comercial antes de se dedicar à consultoria estratégica. A parceria entre os dois surgiu durante um trabalho no interior de Minas. Com quase dez anos de colaboração, essa parceria impulsionou a criação da Cheirin Bão. Schroeder, que já possuía um restaurante especializado em carnes e cervejas, viu no café especial uma oportunidade de expansão.

O café da Cheirin Bão: Grãos da Serra da Mantiqueira

A Cheirin Bão utiliza blends 100% arábica, provenientes tanto de fazendas próprias quanto de produtores parceiros. Todos os grãos são cultivados na Serra da Mantiqueira, região reconhecida pela qualidade do café. A empresa superou dificuldades financeiras durante a pandemia. Em 2020, com R$ 10 milhões em dívidas, os sócios optaram por investir no desenvolvimento da empresa. Lançaram novos cardápios, com mais de 70 produtos, incluindo opções de “cozinha afetiva”. Fortaleceram também o relacionamento com fornecedores. Essa estratégia permitiu que a empresa superasse a crise e acelerasse seu crescimento.

Franquias de cafeterias nos EUA: Desafios e estratégias

A expansão para os EUA acontece em um momento de tensão no comércio internacional. As políticas de tarifas de Donald Trump afetaram empresas globais. A Cheirin Bão, no entanto, afirma ter considerado esse cenário em seu planejamento. A empresa contratou consultorias para estruturar a operação de acordo com a legislação tributária americana. Para fortalecer sua presença digital, a Cheirin Bão contratou o influencer Tiago Fonseca como diretor criativo. A empresa também investe em ativações em eventos, como a Porsche Cup, e no podcast de Joel Jota. A Cheirin Bão aposta no controle da cadeia produtiva e no modelo de franquias para enfrentar as incertezas do mercado americano.

A entrada da Cheirin Bão nos EUA marca um passo importante para a internacionalização da marca. Resta saber se o café, com seu “gosto de infância”, conquistará o paladar americano. A expansão, em um cenário econômico desafiador, demonstra a aposta da empresa no potencial do mercado americano. As estratégias de branding e a parceria com o Grupo Zanon serão cruciais para o sucesso da Cheirin Bão nos EUA.

Via Exame

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.