Calor intenso dificulta aprendizado de leitura e matemática na infância, diz estudo

Estudo mostra que calor acima de 30 °C reduz aprendizado de letras e números em crianças pequenas.
30/12/2025 às 21:02 | Atualizado há 7 horas
               
Crianças pobres em áreas sem água enfrentam impactos ainda maiores. (Imagem/Reprodução: Super)

Um estudo internacional aponta que o calor extremo prejudica o aprendizado de alfabetização e matemática em crianças entre três e quatro anos. A pesquisa analisou dados de quase 20 mil crianças de países em desenvolvimento, correlacionando o desempenho com temperaturas médias mensais alta.

O impacto é maior entre crianças de famílias pobres, cidades com menos áreas verdes e residências sem água potável. O chamado “efeito ilha de calor” em áreas urbanas agrava a situação, elevando a temperatura ambiente e afetando ainda mais o desenvolvimento cognitivo.

O calor pode afetar o funcionamento do cérebro infantil, atrapalhar o sono e aumentar a desidratação. Também influencia a nutrição, a saúde dos cuidadores e a interação, essenciais para o aprendizado inicial, o que evidencia a importância de políticas públicas para enfrentar esse desafio.

Um estudo internacional revela que o calor extremo afeta negativamente o aprendizado de letras e números em crianças pequenas, especialmente aquelas entre três e quatro anos. A pesquisa, publicada no Journal of Child Psychology and Psychiatry, analisou dados de 19.607 crianças de países em desenvolvimento, incluindo Gâmbia, Geórgia e Madagascar.

Os pesquisadores usaram o Índice de Desenvolvimento da Primeira Infância para avaliar as habilidades básicas das crianças, cruzando as informações com temperaturas médias máximas mensais a que cada criança foi exposta. O resultado indicou que crianças em ambientes com temperaturas acima de 30 °C têm entre 5% e 6,7% menos chances de desenvolver competências em alfabetização e numeracia, comparadas às expostas a calor inferior a 26 °C.

O impacto do calor extremo é mais pronunciado entre crianças de famílias com menor poder aquisitivo, moradores de cidades e residências que não contam com acesso adequado à água potável. Nas áreas urbanas, o chamado “efeito ilha de calor” — onde o asfalto e a ausência de áreas verdes elevam ainda mais a temperatura — agrava a situação.

Cientistas apontam que o calor pode afetar diretamente o funcionamento do cérebro infantil, além de interferir na saúde física, prejudicar o sono e aumentar riscos de desidratação. Indiretamente, temperaturas elevadas influenciam a nutrição, a saúde mental dos cuidadores e a qualidade da interação com as crianças, fatores cruciais para o aprendizado inicial.

O levantamento destaca a necessidade de políticas públicas e pesquisas focadas em proteger o desenvolvimento das crianças em face das mudanças climáticas que provocam ondas de calor cada vez mais frequentes.

Via Super

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.