Cânions na Lua: impacto de asteroide cria duas formações em apenas dez minutos

Cânions na Lua: impacto de asteroide criou gigantescas formações em apenas 10 minutos! Saiba mais sobre essa descoberta incrível.
05/02/2025 às 06:32 | Atualizado há 6 meses
Cânions na Lua
Cânions na Lua

Uma recente pesquisa científica revelou a formação surpreendente de cânions na Lua, estruturas gigantescas criadas em apenas dez minutos. A descoberta, publicada na revista Nature Communications, descreve um evento cataclísmico ocorrido há cerca de 3,8 bilhões de anos, alterando significativamente a paisagem lunar. A pesquisa se baseia em dados da espaçonave Lunar Reconnaissance Orbiter da NASA, aliada a modelagem computacional sofisticada.

O estudo compara a dimensão dos cânions na Lua ao Grand Canyon, nos EUA. Localizados na bacia de Schrödinger, no lado oculto da Lua, esses cânions são resultado do impacto de um asteroide ou cometa. O impacto gerou uma energia equivalente a 130 vezes o arsenal nuclear global atual, segundo o geólogo David Kring. A força do impacto ejeta grande volume de rocha que se desloca a mais de 3.600 km/h, criando os cânions.

O Vallis Planck mede 280 km de comprimento e 3,5 km de profundidade. Já o Vallis Schrödinger possui cerca de 270 km de comprimento e 2,7 km de profundidade. A localização próxima ao polo sul lunar torna a região importante para futuras missões, incluindo o programa Artemis, que pretende levar astronautas de volta à Lua.

O evento ocorreu durante um período intenso de bombardeios de rochas espaciais no Sistema Solar interno, possivelmente devido a alterações nas órbitas de Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. O objeto que atingiu a Lua era enorme, com cerca de 25 km de diâmetro – maior que o asteroide que extinguiu os dinossauros na Terra há 66 milhões de anos.

De acordo com Kring, a força do impacto lançou grandes quantidades de rocha. Ao cair de volta na superfície lunar, esses destroços causaram uma série de impactos menores, que esculpiram os cânions na Lua. Próximo aos cânions, os detritos resultantes cobriram a paisagem lunar.

A formação desses cânions na Lua é uma cicatriz que persiste até os dias de hoje, diferente do que acontece na Terra. Nosso planeta possui um processo geológico de reciclagem da superfície, conhecido como tectônica de placas. A Lua, por ser um corpo menos dinâmico, não sofre com esse processo.

A localização dos cânions na Lua, perto da área de exploração do programa Artemis, é crucial. Os detritos do impacto podem ter exposto rochas antigas. A coleta dessas amostras pelos astronautas será mais fácil. Isso permitirá pesquisas sobre a formação da Lua e sua superfície inicial.

A análise dessas rochas permitirá testar teorias sobre a formação da Lua, como a hipótese de que ela surgiu após uma colisão de um grande objeto com a Terra. Também é possível verificar se a superfície lunar era um oceano de magma em seus primórdios.

A descoberta dos cânions na Lua oferece novas perspectivas para pesquisas futuras. O estudo aprofunda a compreensão da história geológica do nosso satélite natural e poderá ser importante para missões espaciais futuras.

Via Folha de S.Paulo

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