A Eve Air Mobility, uma subsidiária da Embraer voltada para o desenvolvimento de veículos elétricos de decolagem e pouso vertical (eVTOLs), acaba de receber um aporte de até R$ 90 milhões da Finep. Este recurso visa acelerar o projeto de inovação na aviação urbana e está dentro de um investimento total de R$ 191 milhões, que conta também com a contrapartida da empresa.
Desde sua fundação em 2017, a Eve trabalha no desenvolvimento de aeronaves que servirão como uma alternativa elétrica a helicópteros e carros. Seu primeiro voo está programado para ocorrer ainda este ano, com um prazo de certificação esperado até 2027. Johann Bordais, CEO da Eve, enfatiza que a prioridade é garantir a segurança e qualidade do projeto, afirmando que “não queremos ser os primeiros a voar, mas os primeiros a fazer isso certo”.
O protótipo de engenharia foi apresentado em 2024, e a empresa realizou testes em túneis de vento para validar aspectos como aerodinâmica e níveis de ruído, etapas essenciais para a homologação de suas aeronaves. Para financiar esse processo, a Eve captou US$ 400 milhões em sua oferta pública inicial (IPO) e recebeu investimentos adicionais de R$ 200 milhões do BNDES, além de aportes de parceiros estratégicos, como a própria Embraer e a empresa japonesa Nidec. A carteira de pré-encomendas já contabiliza U$ 14 bilhões, o que contribui para o avanço no desenvolvimento do produto e da infraestrutura necessária ao projeto.
A fabricação das aeronaves será realizada em Taubaté, São Paulo, com uma capacidade inicial de 120 unidades por ano, podendo chegar a 480 conforme a demanda. A abordagem modular garante um equilíbrio entre escala e sustentabilidade. O financiamento da Finep não se limita às aeronaves; ele também suporta o desenvolvimento de um ecossistema digital essencial, que inclui a plataforma TechCare. Essa plataforma visa fornecer soluções para operação, manutenção e suporte, conforme destaca Luiz Mauad, vice-presidente de Serviços ao Cliente.
Dentre os desafios para a viabilidade econômica dos carros voadores da Embraer, está a necessidade de operar uma quantidade significativa de voos diários, algo entre 15 e 20 por aeronave. Essas operações estarão integradas a vertiportos e a outros modais de transporte, numa tentativa de escalar os negócios e tornar essa modalidade competitiva em relação aos helicópteros e outros meios de locomoção.
O futuro dos carros voadores da Embraer pode configurar um novo horizonte para a mobilidade urbana, levando em conta a crescente demanda por soluções sustentáveis e inovadoras. O engajamento da Eve e o suporte de investimentos robustos sinalizam um comprometimento significativo com o desenvolvimento de tecnologias de aviação urbana.
Via Exame