Casa dos Ventos Planeja Investir R$12 Bi em Novas Energias

Casa dos Ventos anuncia investimento em 2 GW de energia eólica e solar em regiões menos restritivas no Brasil.
08/08/2025 às 17:03 | Atualizado há 2 meses
Cortes de geração
Novo plano prevê 1,5 GW em energia eólica no Nordeste, impulsionando a sustentabilidade. (Imagem/Reprodução: Forbes)

A Casa dos Ventos divulgou um investimento de R$12 bilhões para desenvolver 2 GW em energia eólica e solar. O foco é em regiões com menos cortes na geração, uma estratégia para minimizar os impactos da falta de demanda e gargalos na rede elétrica. Este plano inclui 1,5 GW de energia eólica no Nordeste, onde as restrições são menores.

Além de energia eólica, a empresa planeja 0,5 GW em usinas solares no Sudeste. A meta é equilibrar os preços de venda de energia e lidar com as variações regionais. Com esse investimento, espera-se que a Casa dos Ventos alcance um total de 6,5 GW instalados até 2027, contribuindo para a expansão do setor de renováveis no Brasil.

Apesar do aumento nos cortes de geração, que atingem mais de 20%, a demanda por energia renovável continua em alta. Grandes indústrias buscam eletrificar suas operações, impulsionando a necessidade de contratos a longo prazo. A Casa dos Ventos, em parceria com a ByteDance, está alinhada para atender essa demanda, buscando garantir energia às suas operações em novo data center no Ceará.
A geradora de energia renovável Casa dos Ventos planeja investir cerca de R$12 bilhões na construção de novos projetos de energia eólica e solar, totalizando 2 gigawatts (GW). A estratégia da empresa é instalar esses projetos em regiões que sofram menos com os cortes de geração, conforme informou Lucas Araripe, diretor-executivo da companhia à Reuters. O novo plano de investimentos prevê a instalação de 1,5 GW em energia eólica no Nordeste, priorizando áreas menos impactadas pelas restrições do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

A decisão de focar em áreas menos congestionadas visa minimizar os problemas causados pela restrição à produção de energia eólica e solar, um desafio significativo no setor de renováveis no Brasil. Esses cortes de geração, resultantes da falta de demanda ou de gargalos na rede de transmissão, geram desperdício de recursos energéticos e perdas financeiras para as empresas, que precisam comprar energia no mercado à vista para cumprir seus contratos.

Os níveis de cortes de geração, que eram mínimos até meados de 2023, aumentaram para mais de 10% da geração total estimada. Em julho, as restrições para as renováveis chegaram a 20% da geração total, com 17,6% para a fonte eólica e 29,7% para a solar, segundo um relatório do Itaú BBA baseado em dados do ONS. Além dos projetos eólicos, a Casa dos Ventos, em parceria com a TotalEnergies, planeja construir 0,5 GW em usinas solares.

Os novos parques solares devem ser localizados no Sudeste, buscando equilibrar o portfólio de venda de energia da empresa e reduzir os impactos da diferença de preços entre os submercados. Essa estratégia é crucial para mitigar os riscos enfrentados pelas empresas que geram energia em uma região, como o Nordeste, e vendem em outra, como o Sudeste, o principal centro de carga do país. Com esses 2 GW em novos projetos, a Casa dos Ventos espera alcançar um portfólio total de 6,5 GW instalados até o final de 2027.

Apesar dos desafios no setor de renováveis, como as restrições e a sobreoferta de energia, o diretor da Casa dos Ventos acredita que há demanda para a contratação de nova energia. Essa demanda vem principalmente de grandes consumidores industriais que buscam eletrificar suas operações e de novos segmentos intensivos em energia, como os data centers. A busca por contratos de energia aumentou recentemente, com consumidores buscando garantir acordos antes das mudanças nas regras para a autoprodução de energia.

Outro fator que influenciou essa busca foi o aumento recente dos preços de energia no mercado de curto prazo, incentivando os grandes consumidores a fixarem os preços em contratos de longo prazo. Segundo Araripe, boa parte desses 2 GW já está contratada, e esse portfólio poderá atender à demanda do grande data center que a empresa está desenvolvendo no Porto de Pecém, no Ceará. A Reuters noticiou em abril que a Casa dos Ventos está negociando com a ByteDance, empresa detentora do TikTok, para a contratação da infraestrutura para data centers.

A empresa também está trabalhando em projetos para eletrificar grandes indústrias que desejam descarbonizar suas operações, substituindo caldeiras a combustíveis fósseis por caldeiras elétricas. Algumas indústrias específicas têm demonstrado interesse nesse tipo de demanda, e a Casa dos Ventos tem avançado nessa frente com alguns centenas de megawatts. Este movimento estratégico visa mitigar os efeitos dos cortes de geração e otimizar a distribuição de energia em diferentes regiões do país.

Via Forbes Brasil

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Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.