Casa do Pão de Queijo tem plano de recuperação judicial aprovado

Credores aprovam plano de recuperação judicial da Casa do Pão de Queijo. Descubra os próximos passos dessa situação.
10/06/2025 às 17:21 | Atualizado há 3 meses
Recuperação judicial Casa do Pão de Queijo
Casa do Pão de Queijo avança com a aprovação do plano de recuperação judicial. (Imagem/Reprodução: Exame)

A Recuperação judicial Casa do Pão de Queijo recebeu a aprovação dos credores em 6 de junho, permitindo a reestruturação de uma dívida significativa de 57,5 milhões de reais, que inclui a holding e 28 lojas localizadas em aeroportos. Vale ressaltar que as 170 franquias da marca não estão inclusas neste processo. O plano foi formulado com condições específicas para diferentes categorias de credores; por exemplo, trabalhadores poderão receber até 7.000 reais de forma imediata.

Fornecedores e pequenas empresas enfrentarão cortes de até 80% nas dívidas e terão um período de carência quase de dois anos, juntamente com um parcelamento que se estenderá por dez anos. A proposta mais recente passou por algumas mudanças menores em comparação à versão anterior apresentada em abril. Para garantir a viabilidade dessa recuperação, a empresa planeja vender dois ativos — conhecidos como UPIs — que compreendem a marca, a parte industrial e a franquia.

O plano de reestruturação foi respaldado por uma ampla maioria: 95,65% dos credores trabalhistas, 100% dos pequenos credores e 93% dos fornecedores e instituições financeiras votaram a favor. Ao todo, 114 credores puderam participar da votação. Além das condições gerais, foram estipuladas particularidades para aqueles que decidirem ajudar na reestruturação. Fornecedores que se mantiverem parceiros não sofrerão deságio e poderão receber em até dez anos, com um bônus de 2% sobre as compras. Locadores de espaço terão carência até janeiro de 2026, com deságio de 14% e parcelamento em 60 meses. Credores que fornecerem crédito à empresa poderão receber à vista, com um desconto de 36%, e terão prioridade no recebimento em caso de venda de ativos.

A história da Casa do Pão de Queijo começa em 1967, com Mario Carneiro, que criou a empresa com uma receita de sua mãe, Dona Arthêmia. A primeira loja foi inaugurada no central de São Paulo e teve um início promissor, vendendo 2.000 pães de queijo no primeiro dia. Com o crescimento da marca, a empresa estabeleceu sua primeira fábrica, expandindo a produção e adotando o modelo de franquias. Ao longo dos anos, seu crescimento foi acelerado por aportes financeiros e uma série de aquisições, incluindo a famosa marca “O Melhor Bolo de Chocolate do Mundo”.

Nos últimos anos, a Casa do Pão de Queijo direcionou esforços para abrir lojas em aeroportos, investindo em torno de 14 milhões de reais. Entretanto, a pandemia de COVID-19, iniciada em março de 2020, afetou severamente o faturamento da empresa, com perdas de 97% nos primeiros três meses e uma diminuição total de 50% ao longo do ano. Muitos franqueados foram forçados a fechar, e a produção também foi interrompida na fábrica de Itupeva, reduzindo a produtividade. A falta de opções de entrega durante a pandemia também contribuiu para a queda nas receitas.

Além disso, os desastres climáticos no Rio Grande do Sul afetaram as lojas no aeroporto de Porto Alegre, causando perdas mensais significativas. Os principais credores incluem tanto grandes instituições financeiras quanto pequenos fornecedores, com um total de passivos que se aproxima de 55,8 milhões de reais.

Via Exame

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.