CEO revela que a transformação da Casas Bahia está a meio caminho de sua conclusão

CEO da Casas Bahia revela que transformação da empresa atinge quase 50%. Entenda os detalhes.
23/04/2025 às 05:02 | Atualizado há 7 dias
Transformação da Casas Bahia
Renato Franklin fala sobre reestruturação e busca por eficiência na companhia. (Imagem/Reprodução: Infomoney)

A Transformação da Casas Bahia está em andamento, com o CEO Renato Franklin à frente das mudanças desde sua chegada há dois anos. O foco principal tem sido reestruturar a empresa, priorizando a disciplina na alocação de capital e otimizando as operações para garantir um crescimento sustentável. A meta é clara: reduzir dívidas, aumentar a eficiência e retornar à lucratividade.

Renato Franklin, que assumiu o cargo de CEO do Grupo Casas Bahia (BAHI3) há dois anos, compartilhou um balanço desse período. A empresa, reconhecida nacionalmente, enfrentava desafios como endividamento elevado e operações com alto consumo de caixa. Franklin destacou a importância de focar nas atividades principais da Casas Bahia, como a venda de móveis, eletrodomésticos, celulares e televisões, áreas onde a empresa se destaca, com grande escala e lucratividade, especialmente através do crediário e das lojas físicas.

Após a pandemia, a Casas Bahia diversificou suas atividades, incluindo serviços fintech e um marketplace generalista, o que exigiu um grande investimento de capital. Com a elevação das taxas de juros, a estratégia de Franklin passou a priorizar a alocação de capital de forma eficiente, visando o retorno efetivo de cada real investido.

A reestruturação de R$ 4 bilhões em dívidas proporcionou um alívio no fluxo de caixa, mas ainda há necessidade de aprimorar a eficiência operacional e a estrutura de capital. Segundo Franklin, a transformação está quase na metade, com previsão de conclusão até o final do ano. Os objetivos incluem a redução da dívida pela metade e a retomada da lucratividade para possibilitar um novo ciclo de crescimento.

Para Renato Franklin, o desafio inicial foi identificar onde o capital estava sendo mal utilizado. Uma das primeiras ações foi reduzir o estoque de produtos parados há mais de 180 dias, promovendo promoções para liberar espaço e gerar receita, mesmo que isso impactasse a margem de lucro no curto prazo. Além disso, houve uma reestruturação organizacional com uma redução de quase 50% dos cargos de liderança para aumentar a agilidade e reduzir custos.

O primeiro ano de gestão foi focado na redução de custos. Posteriormente, a empresa passou a realizar investimentos mais estratégicos, o que aumentou a confiança dos bancos e credores, permitindo a renegociação das dívidas. Em abril do ano anterior, a Transformação da Casas Bahia incluiu a reestruturação de uma dívida de R$ 4 bilhões.

A reestruturação da dívida foi vista como uma solução estrutural em termos de fluxo de caixa e gestão de passivos, aliviando a pressão de curto prazo. No entanto, ainda há desafios na estrutura de capital, com R$ 4 bilhões em dívidas e antecipação de recebíveis. A empresa busca uma estrutura de capital mais sólida para enfrentar os desafios do varejo, que é fortemente influenciado pelo cenário macroeconômico.

Para fortalecer sua estrutura de capital, a Casas Bahia está focando em três áreas principais: aprimorar a operação para gerar mais caixa, resolver passivos como os trabalhistas e monetizar créditos fiscais. Além disso, há a possibilidade de conversão de parte da dívida em ações (equity) a partir de outubro de 2025, dependendo da decisão dos bancos.

No quarto trimestre de 2024, o prejuízo da Casas Bahia foi reduzido em mais da metade, impulsionado por um aumento de 17% nas vendas das lojas físicas e um crescimento superior a 30% no crediário. A margem Ebitda também apresentou uma melhora significativa, alcançando o melhor resultado para um quarto trimestre desde 2017.

Apesar dos desafios macroeconômicos, a Casas Bahia busca melhorar sua margem a cada trimestre, sem depender de soluções rápidas. A empresa tem como meta alcançar um fluxo de caixa positivo em 2025 e, após a conclusão da transformação e a resolução da estrutura de capital, planeja discutir o lucro líquido a partir de 2026.

Via InfoMoney

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.