Celular na escola: proibição marca uma nova fase na educação

Celular na escola: proibição impacta gerações. Analise da Folha de S.Paulo sobre a nova fase da educação e o uso da tecnologia. Saiba mais!
09/02/2025 às 13:03 | Atualizado há 4 meses
Celular na escola
Celular na escola

A proibição de celular na escola no Brasil representa uma mudança significativa na forma como as novas gerações interagem com a tecnologia desde a infância. A Folha de São Paulo destaca essa transformação geracional, analisando o impacto da lei que veta o uso de dispositivos digitais em todas as escolas do país. O artigo explora as diferenças entre a geração Alpha, imersa em telas, e a geração Beta, que crescerá num contexto de questionamento sobre o uso excessivo de tecnologia. A influência da inteligência artificial no desenvolvimento da geração Beta também é um ponto central da discussão.

Um jantar familiar serviu de inspiração para a reflexão. A observação de uma criança de 18 meses, sem exposição a telas, contrastou fortemente com a realidade de muitas crianças hoje. Sua interação social e atenção eram notáveis. Essa observação, somada à nova lei, indica uma mudança de paradigma na educação. A pesquisa do livro “Geração Ansiosa”, de Jonathan Haidt, serviu como catalisador para essa transformação legal.

A geração Alpha, nascida entre 2010 e 2024, cresceu totalmente imersa no mundo digital. Seus pais não tinham a mesma conscientização atual sobre os potenciais problemas do uso excessivo de telas. Estudos, como os da Associação de Pediatria dos EUA, já alertavam sobre os danos ao desenvolvimento infantil. Dificuldades em compreender emoções, desenvolvimento da linguagem e a construção de laços sociais eram apontadas. Contudo, essas informações não tiveram impacto suficiente para mudar os hábitos.

A geração Beta, por outro lado, emerge num cenário diferente. A proibição de celular na escola, impulsionada por pesquisas e preocupações crescentes, cria um ambiente menos permeado por telas. Os pais dessa geração estão mais informados e vigilantes. Eles não serão pegos de surpresa como a geração anterior. Essa mudança legislativa impacta diretamente na experiência escolar e no dia a dia dos alunos.

Curiosamente, a geração Beta será a primeira a crescer com a inteligência artificial. O impacto dessa tecnologia é incerto. Entretanto, uma coisa é clara: a inteligência artificial exige o aprimoramento das habilidades linguísticas. Capacidades como comunicação clara, pensamento crítico e formulação de perguntas pertinentes serão fundamentais. A geração Beta precisará não apenas consumir, mas também criar e questionar, contrastando com a geração Alpha, moldada pelos algoritmos.

A proibição de celular na escola sinaliza uma mudança social significativa em relação ao uso da tecnologia na infância. A geração Beta, a primeira a crescer com a inteligência artificial em meio a um movimento contra a onipresença de telas, enfrentará desafios e oportunidades únicas. A adaptação a esse novo contexto moldará as habilidades e a interação com o mundo de maneira ainda imprevisível.

Via Folha de S.Paulo

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.