Futebol feminino e técnicas: apenas 22% das treinadoras atuam na categoria e o impacto no cenário nacional

Apenas 22% das equipes têm mulheres como técnicas no futebol feminino. O Brasileirão tem reforçado esse cenário preocupante.
26/03/2025 às 18:35 | Atualizado há 2 meses
Técnicas no futebol feminino
A Série A do Brasileirão feminino tem 25% de técnicas no comando das equipes. (Imagem/Reprodução: Eshoje)

No cenário do futebol mundial, a presença de técnicas no futebol feminino ainda é um desafio a ser superado. Um estudo recente da FIFA revelou que menos de um quarto das equipes femininas são lideradas por mulheres. Este dado, parte do relatório anual “Setting the Pace”, demonstra a necessidade urgente de promover maior inclusão e igualdade de gênero no esporte.

A pesquisa da FIFA, que coletou informações de 86 ligas e 668 clubes em 101 jurisdições, aponta que apenas 22% dos times femininos têm mulheres como treinadoras. Essa estatística reflete uma disparidade significativa, considerando o crescimento e a relevância do futebol feminino globalmente. O relatório enfatiza a importância de oferecer suporte para que mais mulheres alcancem posições de liderança no esporte.

No Brasil, a situação não é muito diferente. Na Série A do Brasileirão feminino, apenas 25% das equipes são comandadas por mulheres. Entre as 16 equipes participantes, apenas quatro são lideradas por Camilla Orlando (Palmeiras), Jéssica de Lima (Ferroviária), Regiane Santo (Sport) e Thaissan Passos (Grêmio). A seleção brasileira feminina também segue essa tendência, tendo tido apenas duas mulheres em 17 comandantes: Emily Lima e Pia Sundhage.

A FIFA tem incentivado clubes e ligas a investirem no desenvolvimento de mulheres para cargos de treinadoras, árbitras e administração. A entidade acredita que, ao facilitar o acesso e o desenvolvimento de técnicas e jogadoras, o futebol feminino poderá alcançar um novo patamar de igualdade e competitividade. A Copa do Mundo de 2023 já mostrou um avanço nesse sentido.

Na Copa do Mundo de 2023, 37,5% das seleções foram lideradas por técnicas. Doze das 32 seleções participantes tinham mulheres no comando, com destaque para Sarina Wiegman, técnica da Inglaterra, que levou sua equipe à final. Além dela, Jorge Vilda, técnica da Espanha, sagrou-se campeã. Esse número representa a maior participação de mulheres em uma edição do Mundial até o momento.

Olhando para o histórico das Copas do Mundo, quatro das últimas oito edições foram vencidas por mulheres. Jill Ellis, pelos Estados Unidos (2015 e 2019) e Tina Theune e Silvia Neid, pela Alemanha (2003 e 2007, respectivamente). Esses resultados evidenciam a competência e a capacidade das técnicas no futebol feminino.

Para impulsionar a presença de técnicas no futebol feminino, é crucial que as organizações invistam em programas de desenvolvimento e capacitação, criando um ambiente que incentive e valorize a participação feminina em todas as áreas do esporte. A igualdade de gênero no futebol é um passo fundamental para o crescimento e a profissionalização da modalidade.

Via Eshoje

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.