China afirma que reconhecimento facial não deve ser imposto aos cidadãos

A China declarou que a implementação do reconhecimento facial não deve ser uma exigência para todos os cidadãos.
21/03/2025 às 14:20 | Atualizado há 6 meses
Reconhecimento facial na China
Regulamentações visam controlar o uso do reconhecimento facial em hotéis e condomínios. (Imagem/Reprodução: Forbes)

A China implementou novas regras sobre o uso de reconhecimento facial na China, buscando equilibrar a inovação tecnológica com a proteção da privacidade individual. As regulamentações, emitidas pelo órgão regulador da internet do país, visam mitigar as preocupações da sociedade sobre o uso generalizado dessa tecnologia e seus potenciais riscos.

O objetivo principal é garantir que os cidadãos não sejam forçados a utilizar o reconhecimento facial para verificação de identidade, promovendo alternativas mais acessíveis e convenientes. Essas diretrizes respondem diretamente ao crescente debate sobre a privacidade em meio ao avanço tecnológico.

A Administração do Ciberespaço da China (CAC) enfatizou que as normas foram criadas para abordar as preocupações da sociedade sobre os riscos que a tecnologia de reconhecimento facial representa para a privacidade. As novas regras visam regular práticas como o uso dessa tecnologia em check-ins de hotéis e acessos a condomínios residenciais.

De acordo com a CAC, indivíduos que não concordarem com a verificação de identidade por meio de informações faciais devem ter acesso a outras opções razoáveis e convenientes. O órgão especificou que as regulamentações têm como objetivo restringir o uso indiscriminado da tecnologia.

As normas aprovadas pelo Ministério de Segurança Pública da China entrarão em vigor em junho. Elas exigem que as empresas que coletam dados faciais obtenham o consentimento individual antes de processar qualquer informação. A necessidade de sinalização visível em áreas onde o reconhecimento facial é utilizado também foi destacada, prática já comum em muitas cidades chinesas.

Empresas como Sensetime e Megvii têm investido milhões em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias de imagem visual orientadas por inteligência artificial. Esses investimentos visam equipar softwares de reconhecimento facial com capacidades cada vez mais sofisticadas.

A crescente utilização da tecnologia de reconhecimento facial na vida cotidiana chinesa tem gerado preocupações em relação à privacidade. Uma pesquisa realizada em 2021 revelou que grande parte dos entrevistados se opunha ao uso dessa tecnologia em locais públicos.

Em resposta a essas preocupações, a Suprema Corte da China proibiu o uso do reconhecimento facial para verificar identidades em locais como shopping centers e hotéis em julho de 2021. Além disso, a Lei de Proteção de Informações Pessoais, que entrou em vigor em novembro do mesmo ano, exige o consentimento do usuário para a coleta de dados faciais, com multas severas para empresas que não cumprirem a lei.

As novas regulamentações sobre reconhecimento facial na China representam um esforço para proteger a privacidade individual em meio à crescente utilização da tecnologia. Ao garantir alternativas para a verificação de identidade e exigir o consentimento para a coleta de dados faciais, o governo chinês busca equilibrar a inovação tecnológica com os direitos dos cidadãos.

Via Forbes Brasil