A China deu início à construção daquela que ambiciona ser a maior hidrelétrica do mundo, um projeto com um investimento de cerca de US$ 170 bilhões. Localizada no leste do Planalto Tibetano, perto das fronteiras com Butão e Nepal, a usina será composta por cinco instalações em cascata, com uma capacidade de produção de 300 bilhões de KW/h por ano.
Essa produção energética é comparável ao consumo anual do Reino Unido, superando em três vezes a capacidade da Usina de Três Gargantas, atualmente a maior do mundo. A eletricidade gerada será destinada ao consumo em diversas regiões da China, incluindo o Tibete, impulsionando o desenvolvimento local e a segurança energética do país.
O projeto da maior hidrelétrica do mundo não é recente. Proposto em 2020 e aprovado em 2024, ele foi lançado oficialmente com a presença do Primeiro-Ministro Li Qiang, que o descreveu como “o projeto do século”. A usina será construída no rio Yarlung Tsangpo, que nasce no Himalaia e atravessa um dos cânions mais profundos do planeta, com uma queda de 2.000 metros em apenas 50 quilômetros.
A construção da maior hidrelétrica do mundo não está isenta de preocupações. O rio Yarlung Tsangpo se transforma no rio Brahmaputra, essencial para o abastecimento de água e agricultura na Índia e em Bangladesh. Ambos os governos já manifestaram receios sobre a possível manipulação do fluxo do rio pela China em momentos de tensão política, o que poderia causar enchentes ou secas artificiais.
Organizações não governamentais também expressaram preocupações sobre os impactos ambientais negativos que a maior hidrelétrica do mundo pode causar no ecossistema da região. Em resposta, o governo chinês garantiu que o projeto não terá impactos negativos nos países a jusante e manterá comunicação constante com eles.
Além das questões ambientais e geopolíticas, a maior hidrelétrica do mundo deve gerar um impacto econômico significativo para a China. O banco Citi estimou que o aumento do investimento no PIB chinês pode chegar a US$ 16,7 bilhões por ano durante os dez anos de construção, com benefícios econômicos que podem ser ainda maiores a longo prazo.
Via Brazil Journal