Cidades brasileiras gastaram R$ 700 bilhões com desastres climáticos em 12 anos

Em 12 anos, municípios brasileiros desembolsaram R$ 700 bilhões devido a desastres climáticos. Saiba os impactos e desafios.
16/05/2025 às 08:53 | Atualizado há 4 meses
Prejuízos climáticos no Brasil
95% das cidades afetadas por seca, estiagem e chuvas exigem reconstrução. (Imagem/Reprodução: Exame)

Nos últimos 12 anos, os prejuízos climáticos no Brasil atingiram R$ 732,2 bilhões, segundo dados da Confederação Nacional dos Municípios (CNM). O valor inclui danos causados por secas, estiagens e chuvas intensas, que afetaram 95% das cidades brasileiras. Só em 2024, os gastos chegaram a R$ 92,6 bilhões, mostrando um aumento na frequência de eventos extremos.

Mais de 5.200 municípios registraram situações de emergência ou calamidade pública entre 2013 e 2024, totalizando 70.361 ocorrências. Cerca de 473 milhões de pessoas foram impactadas, incluindo 5 milhões de desalojados e 1 milhão de desabrigados. Quase 3 mil mortes foram registradas nesse período.

O agronegócio foi o setor mais afetado, com perdas de R$ 325,6 bilhões, representando 44,5% do total. A pecuária também sofreu impactos significativos, somando R$ 94,4 bilhões em danos. Instalações de saúde e sistemas de água acumularam prejuízos de R$ 86 bilhões e R$ 61,2 bilhões, respectivamente.

As regiões mais atingidas variam conforme o tipo de desastre. O Nordeste concentra a maioria dos casos de seca, com destaque para Bahia, Paraíba e Ceará. Já o Sul enfrenta principalmente enchentes, enquanto o Norte vê o avanço da estiagem devido ao fenômeno El Niño.

Minas Gerais lidera em número de eventos extremos, com 14,3% dos registros nacionais. O Rio Grande do Sul, por sua vez, acumula R$ 114,5 bilhões em prejuízos desde 2013, sendo R$ 14,5 bilhões só neste ano. Agricultura e habitação foram os setores mais afetados no estado.

Os gastos municipais com desastres climáticos cresceram quase 1.000% desde 2013, segundo a CNM. O aumento reforça a necessidade de políticas públicas para reduzir os riscos e adaptar as cidades às mudanças no clima.

Via Exame

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