Cientistas identificam fungo que mata sapos no Ceará e ameaça biodiversidade local

Fungo mata sapos no Ceará: estudo revela preocupante disseminação de patógeno que ameaça a biodiversidade local. Saiba mais!
08/02/2025 às 06:31 | Atualizado há 5 meses
Fungo mata sapos no Ceará
Fungo mata sapos no Ceará

Recente estudo revela a preocupante disseminação de um Fungo mata sapos no Ceará. Pesquisadores encontraram o patógeno Batrachochytrium dendrobatidis (Bd) em diversas espécies de anfíbios na região, impactando a biodiversidade local. A descoberta, publicada no South American Journal of Herpetology, destaca a gravidade da situação e a necessidade de ações urgentes.

Anfíbios enfrentam diversas ameaças, incluindo desmatamento e poluição. A quitridiomicose, causada pelo fungo Batrachochytrium, é uma doença letal que contribui significativamente para o declínio populacional desses animais. Dois em cada cinco espécies estão em risco de extinção. Esta pesquisa demonstra a primeira ocorrência em larga escala do fungo no Brasil.

Através de análises genéticas e testes PCR, cientistas identificaram o fungo Bd em um número expressivo de sapos, rãs e pererecas do Ceará. A pesquisa abrangeu áreas de caatinga e floresta úmida, mostrando a presença do patógeno em locais diversos. Cerca de 71% das espécies analisadas apresentaram resultado positivo.

O estudo apontou infecção em 11 espécies endêmicas. Esta situação representa uma ameaça significativa à biodiversidade cearense. Algumas espécies afetadas, como Proceratophrys ararype e Pristimantis relictus, já sofrem impactos ambientais. Elas habitam áreas de floresta úmida em altitudes elevadas.

A pesquisadora Mirian dos Santos Mendes, autora principal do estudo, ressalta a surpresa com a prevalência do fungo. A presença em áreas mais secas que o esperado é uma preocupação adicional. A doença é fatal e causa sufocamento nos animais, segundo Mendes.

Apesar da alta taxa de contaminação, muitos animais não demonstravam sinais visíveis. Esta característica torna a situação ainda mais crítica, pois a disseminação do Fungo mata sapos no Ceará pode estar ocorrendo de maneira silenciosa. A resistência varia entre as espécies, dependendo de fatores como a constituição da pele e o tempo de exposição à água ou solo.

A disseminação do fungo Bd aumenta o risco da quitridiomicose, uma zoopandemia que afeta a epiderme dos anfíbios. O fungo causa espessamento da pele, comprometendo a respiração e a termorregulação. O desmatamento e as mudanças climáticas agravam a situação, enfraquecendo a imunidade dos anfíbios.

Felipe Mendes, coautor do estudo, alerta para o papel das mudanças climáticas na disseminação do fungo. Temperaturas mais elevadas criam condições propícias para a proliferação da quitridiomicose. O exemplo do Panamá, com altas taxas de extinção de espécies endêmicas, serve como um alerta.

A professora Denise Hissa, orientadora da pesquisa, destaca a importância do monitoramento e manejo. Como o fungo já está presente, o tratamento é limitado. A prevenção de sua propagação para novas áreas e o acompanhamento das populações afetadas são prioridade. Mais estudos são necessários para entender o impacto e buscar soluções.

Segundo a professora, ações estratégicas são essenciais para conter a disseminação do fungo. Há áreas no Ceará que ainda não registram a presença do patógeno. A conscientização e melhorias nas políticas ambientais são fundamentais.

Via Folha de S.Paulo

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