Clonagem de mamíferos: carne é mais resistente que silício em estudos recentes

Clonagem de mamíferos: estudo recente revela desafios e complexidades da reprodução artificial em camundongos, contrastando com a facilidade da computação. Saiba mais!
01/02/2025 às 08:31 | Atualizado há 5 meses
Clonagem de mamíferos
Clonagem de mamíferos

Acompanhar os avanços científicos na Clonagem de mamíferos ao longo dos últimos 25 anos tem sido uma experiência reveladora. O progresso, embora real, é lento e demonstra a complexidade dos organismos vivos. Este artigo explora os desafios da clonagem, a partir de um estudo recente com camundongos, contrastando-os com os avanços da computação.

Cientistas chineses recentemente criaram camundongos a partir de dois pais, um marco na clonagem. O estudo, publicado na Cell Stem Cell, utilizou material genético de dois machos, com óvulos enucleados de fêmeas. Apesar do sucesso, o processo exigiu um esforço laboratorial intenso, com inúmeras tentativas e erros.

A taxa de sobrevivência dos camundongos clonados foi baixa. Muitos não sobreviveram por mais de algumas horas. O uso exclusivo de DNA masculino resultou em órgãos superdimensionados nos filhotes. Essa desproporção, especialmente na língua, impedia a amamentação, levando à morte mesmo com alimentação assistida.

Esse desafio na clonagem de mamíferos ilustra o complexo cabo de guerra genético entre pais e mães na reprodução natural. Os genes paternos favorecem o crescimento máximo do filhote, enquanto os genes maternos regulam esse crescimento para proteger a saúde da mãe.

A clonagem, ao desequilibrar essa interação genética, gera anomalias. Embora novas técnicas amenizem esses problemas, os riscos persistem. Desde os anos 1990, pesquisas em clonagem enfrentam dificuldades semelhantes.

O avanço da tecnologia computacional, com seu rápido desenvolvimento, cria a expectativa de progresso similar em outras áreas. A biologia, no entanto, apresenta desafios distintos. Manipular organismos complexos esbarra na intrincada relação entre genes e ambiente.

Enquanto o silício se molda com relativa facilidade aos comandos da computação, a “carne”, ou seja, os seres vivos, resiste à manipulação direta. A clonagem de mamíferos revela que o desenvolvimento de organismos como camundongos e humanos é um processo intrincado.

As interações entre genes e ambiente são complexas e possivelmente incontroláveis. A manipulação genética, portanto, requer cautela e compreensão profunda desses sistemas intrincados. A clonagem, embora promissora, demonstra que a biologia não se curva facilmente à nossa vontade.

Via Folha de S.Paulo

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.