Na última terça-feira, o Conselho Monetário Nacional (CMN) divulgou duas resoluções que trazem atualizações sobre os encargos financeiros, os limites e outras condições aplicáveis ao crédito rural para o ano agrícola de 2025/2026. As novas medidas foram debatidas e aprovadas durante uma reunião extraordinária realizada na segunda-feira anterior, mas só foram tornadas públicas na tarde do dia 1º.
As novas resoluções do CMN trouxeram mudanças significativas nas taxas efetivas de diversos tipos de crédito rural. Houve aumento para créditos de custeio e comercialização, que passaram de 12% para 14% ao ano. Os créditos de investimento também tiveram um reajuste, subindo de 10% para 12,5%. Já os créditos destinados às cooperativas de produção agropecuária aumentaram de 11,5% para 14%.
O Pronamp, que engloba custeio e investimento, teve suas taxas elevadas de 8% para 10%. O Procap-Agro passou de 11,5% para 13,5%, enquanto o Proirriga e o Inovagro foram ajustados de 10,5% para 12,5%. O Prodecoop também sofreu um aumento, passando de 11,5% para 13,5%. Essas mudanças visam adequar as condições de financiamento ao cenário econômico atual.
As taxas do Funcafé também foram impactadas, subindo de 11% para uma faixa entre 13% e 14,5%. O Moderfrota e o Moderfrota Pronamp tiveram seus juros ajustados de uma variação entre 10,5% e 11,5% para uma nova faixa que vai de 12,5% a 13,5%. O RenovAgro e o PCA, por sua vez, passaram de uma taxa entre 7% e 8,5% para uma nova situada entre 8,5% e 10%.
Os ajustes também se estenderam às operações de crédito rural com recursos controlados. As menores taxas permanecerão para os agricultores familiares do Pronaf, com juros de 2% ao ano para o cultivo de produtos da sociobiodiversidade, agroecológicos e orgânicos. A produção de alimentos segue com juros de 3% ao ano.
As taxas praticadas no ano agrícola de 2024/2025 foram mantidas para itens de investimento, equipamentos, tratores e para as linhas Pronaf Floresta, Semiárido, Jovem, Grupo ‘B’, Agroecologia e Produtivo Orientado. Essa medida busca dar continuidade ao suporte financeiro para esses segmentos específicos.
Em contrapartida, algumas taxas foram ajustadas. O custeio para aquisição de animais para recria e engorda e para o cultivo de milho acima de R$ 25 mil subiu de 6% para 6,5% ao ano. O custeio para soja, algodão e bovinocultura de corte foi fixado em 8,5% ao ano. Para cooperativas da agricultura familiar em projetos de bovinocultura, a taxa passou de 6% para 8%, assim como para os demais itens de investimento.
Houve elevação nas taxas do crédito de investimento do Pronaf Agroindústria, que subiram de 6% para 8%. O mesmo ocorreu com o crédito de investimento do Pronaf Mulher, que passou a ter uma taxa de 8% para outras finalidades. O crédito de Industrialização do Pronaf Industrialização de Agricultura Familiar e o crédito para Integralização de Cotas-Partes do Pronaf Cotas-Partes também foram ajustados para 8%. O crédito de Investimento do Pronaf Bioeconomia para Silvicultura também teve um aumento para 8%.
Ajustes nos Encargos financeiros do crédito rural impactam diretamente o planejamento dos produtores e cooperativas.
Via InfoMoney