Neste Dia do Meio Ambiente, a transição energética se destaca como componente essencial para a descarbonização global e o uso sustentável dos recursos naturais. O Brasil, que se posiciona como líder com sua matriz majoritariamente limpa, mostra um avanço significativo na adoção de energias renováveis no Brasil. Uma pesquisa divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta quinta-feira, dia 5, aponta que 48% das indústrias brasileiras já investem em fontes de energia renováveis, como hídrica, eólica, solar, biomassa e hidrogênio de baixo carbono. Este número representa um aumento considerável em relação a 2023, quando apenas 34% das empresas demonstraram estar engajadas em iniciativas de geração de energia limpa.
Dentro das empresas que já adotaram essas práticas, a principal estratégia foi a autoprodução, que abrange 42% dos casos. Aproximadamente 50% dos industriais indicaram que a principal motivação para a mudança é a redução de custos. A pesquisa entrevistou mil executivos de diversas indústrias de diferentes portes em todos os estados do país, reforçando a abrangência e representatividade do levantamento.
O diretor de Relações Institucionais da CNI, Roberto Muniz, comentou sobre o aumento do interesse em fontes renováveis, destacando que isso não apenas posiciona o Brasil na vanguarda, mas também demonstra um compromisso crescente em enfrentar as mudanças climáticas por parte do setor industrial.
Analisando os dados por região, o Nordeste se destacou como a região que mais investe em projetos de energias limpas, com 60% das indústrias engajadas. Em seguida, vêm as regiões Norte e Centro-Oeste, ambas com 56%, seguidas pelo Sul (53%) e Sudeste (39%). Além disso, o levantamento mostrou que 25% das indústrias veem as energias renováveis e a inovação como essenciais para a redução das emissões, um aumento de 2 pontos percentuais em relação a 2023. A quantidade de empresas priorizando inovações para uma economia de baixo carbono saltou de 14% para 20% na mesma faixa de tempo.
Outro dado relevante é que 60% dos empresários expressaram interesse em financiamentos para adaptar suas operações. Entretanto, 90% das indústrias apontaram a falta de incentivos tributários como um entrave para avançar em ações de sustentabilidade. Nesse sentido, o Brasil se beneficia de características geográficas e climáticas favoráveis para a adoção massiva de energias limpas, com mais de 90% da matriz elétrica proveniente de fontes renováveis, assegurando ao país uma posição relevante no cenário internacional, sendo o quinto maior produtor de energia solar do mundo.
As práticas sustentáveis vão além da energia. As empresas brasileiras estão implementando, em média, seis medidas de sustentabilidade, sendo as mais frequentes a redução de resíduos sólidos (89%), a otimização do consumo de energia (86%) e a modernização de maquinário (81%). Além disso, 70% das médias e grandes indústrias já estão desenvolvendo ações específicas para logística reversa.
Via Exame
