Columbia e Harvard: entenda a polêmica contra inclusão nos EUA que afeta alunos estrangeiros

Entenda a controvérsia nas universidades dos EUA que está impactando estudantes internacionais. Saiba os detalhes.
23/05/2025 às 10:59 | Atualizado há 4 meses
Harvard e estudantes estrangeiros
Governo restringe acesso de 6.800 estudantes a programas de Diversidade e Inclusão. (Imagem/Reprodução: Exame)

A Universidade Harvard entrou em um novo capítulo de sua disputa com o governo dos EUA após o Departamento de Segurança Interna revogar sua certificação no programa Student and Exchange Visitor Program (SEVP). A medida impede a instituição de emitir vistos F-1 e J-1 para estudantes estrangeiros no ano letivo 2025-26, afetando diretamente 6.800 alunos internacionais, que representam 27% do corpo discente.

Em comunicado, a universidade classificou a decisão como retaliação por defender sua autonomia acadêmica. A instituição já havia enfrentado medidas semelhantes em abril, quando o governo congelou US$ 2,2 bilhões em fundos federais após Harvard recusar mudanças em políticas de admissão e contratação. Esses recursos correspondem a 11% do orçamento anual da universidade.

Como resposta, Harvard ingressou com uma ação na Justiça Federal de Massachusetts, sob o número 25-cv-11472, e solicitou uma ordem de restrição temporária. O presidente Alan Garber chamou a revogação de “ilegal e injustificada”, destacando que a universidade emite vistos para alunos internacionais há mais de 70 anos.

A situação se agrava para os cerca de 7 mil estudantes e acadêmicos estrangeiros atualmente em Harvard, que podem perder seu status legal nos EUA se não conseguirem transferência para outra instituição. A medida também impacta programas de pesquisa e iniciativas globais de captação de talentos, que dependem desses alunos.

O conflito faz parte de uma disputa mais ampla entre o governo e universidades sobre políticas de diversidade. Desde janeiro de 2025, o Departamento de Educação investiga 45 instituições por supostas práticas discriminatórias, enquanto 60 receberam advertências sobre cortes de financiamento.

Empresas como Google, Meta e Goldman Sachs também reduziram iniciativas de diversidade após pressão governamental. Garber afirmou que a universidade continuará defendendo sua independência: “Nenhum governo deve ditar o que ensinamos ou quem admitimos”.

O caso pode redefinir as relações entre o governo federal e instituições de ensino superior nos EUA, com impactos em pesquisas médicas e tecnológicas financiadas com recursos públicos. Outras universidades acompanham o desfecho para avaliar suas próprias estratégias.

Via Exame

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.