Columbia e Harvard: entenda a polêmica contra inclusão nos EUA que afeta alunos estrangeiros

Entenda a escalada contra a inclusão nos EUA que está prejudicando alunos estrangeiros em universidades como Harvard e Columbia.
23/05/2025 às 11:00 | Atualizado há 4 meses
Harvard estudantes internacionais
Governo restringe acesso de 6.800 estudantes a programas de Diversidade no ensino superior. (Imagem/Reprodução: Exame)

Em um cenário de crescentes tensões entre o governo e as instituições de ensino superior, a Universidade de Harvard se encontra no centro de uma disputa acalorada. A universidade declarou que “Sem seus Harvard estudantes internacionais, Harvard não é Harvard” ao anunciar que está entrando com um processo judicial contra o governo. Essa ação é uma resposta direta à revogação da certificação da universidade no *Student and Exchange Visitor Program* (SEVP).

A decisão do Departamento de Segurança Interna de revogar a certificação da Harvard estudantes internacionais no SEVP impacta diretamente cerca de 6.800 estudantes, representando 27% do corpo discente da instituição. A universidade alega que a medida é uma retaliação por sua recusa em ceder à interferência do governo em seu currículo, corpo docente e corpo estudantil.

A disputa entre Harvard e o governo se intensificou desde janeiro de 2025, abrangendo várias frentes. Em abril, o governo congelou US$ 2,2 bilhões em fundos destinados à Harvard após a universidade rejeitar mudanças em governança, práticas de contratação e políticas de admissão. Além disso, o Departamento de Educação anunciou investigações em diversas universidades por supostas práticas discriminatórias.

A revogação da certificação SEVP tem consequências operacionais imediatas para a universidade. A impossibilidade de aceitar novos alunos estrangeiros para o próximo período letivo afeta milhares de estudantes e acadêmicos, comprometendo programas acadêmicos e pesquisas. A universidade argumenta que mantém certificação federal para matrícula de estrangeiros há mais de 70 anos, desenvolvendo programas específicos para esse público.

A ofensiva do governo contra políticas de *Diversidade, Equidade e Inclusão* (DEI) não se limita ao setor acadêmico, afetando também corporações americanas. Em abril, o presidente da universidade, Alan Garber, defendeu a autonomia da instituição, afirmando que nenhum governo deve ditar o que universidades privadas podem ensinar.

Diante da situação, a universidade planeja solicitar medida cautelar para suspender os efeitos da revogação, buscando proteger os direitos de seus Harvard estudantes internacionais. Essa disputa judicial poderá redefinir o relacionamento entre instituições de ensino superior e o governo federal nos Estados Unidos. Alan Garber alertou para os riscos de afastar o governo dessas parcerias, afetando a saúde, o bem-estar e a segurança econômica da nação.

Outras universidades estão observando atentamente os desdobramentos, avaliando estratégias para lidar com as demandas federais sem comprometer sua autonomia acadêmica.

Via Exame

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.