Refinarias indianas cancelaram pedidos de cerca de 70 mil toneladas de soja para dezembro e janeiro devido à alta nos preços globais e queda da rúpia. Os preços internos do óleo de soja refinado ficaram mais caros que as importações, gerando prejuízos para as empresas.
A valorização do dólar frente à rúpia e o desconto do óleo de palma importado levaram as refinarias indianas a optar por outras fontes, cancelando os contratos de compra da soja. Essa movimentação revela a vulnerabilidade do mercado indiano às variações cambiais e de preços internacionais.
Refinarias indianas cancelaram pedidos que totalizam cerca de 70 mil toneladas métricas de óleo de soja bruto programadas para dezembro e janeiro. A decisão foi motivada pelo aumento nos preços globais do óleo de soja e a desvalorização da rúpia, que afetaram a viabilidade da compra de soja no mercado internacional.
No mercado local, o óleo de soja refinado está cotado a aproximadamente 124.700 rúpias (US$ 1.387,25) por tonelada, enquanto as importações custam cerca de 132.100 rúpias por tonelada. Essa diferença de preço levou as refinarias a preverem perdas superiores a US$ 70 por tonelada em matérias-primas importadas, segundo fontes do setor em Nova Délhi. Por isso, muitos contratos firmados em setembro foram cancelados.
Outro fator que pesa é a queda da moeda indiana, que atingiu o patamar recorde de 90,42 rúpias por dólar, impactando diretamente os custos das importações. Os compradores locais haviam reservado cargas com preços entre US$ 1.100 e US$ 1.120 por tonelada, cobertos por custo, seguro e frete, após a Argentina zerar impostos de exportação sobre soja e derivados. No entanto, os preços subiram para cerca de US$ 1.230, influenciados pelos contratos futuros negociados em Chicago.
Além disso, o óleo de palma, importado da Indonésia e Malásia, passou a ser comercializado com um desconto superior a US$ 100 por tonelada em relação ao óleo de soja. Essa diferença fez com que as refinarias optassem pelo óleo de palma, levando ao cancelamento de mais contratos de compra de soja.
Essa movimentação no mercado reflete a volatilidade dos preços internacionais e as variações cambiais que influenciam diretamente as decisões dos compradores indianos, o maior importador mundial de óleo vegetal.
Via Forbes Brasil