O Brasil está se destacando no uso de inteligência artificial, mas as IAs de origem nacional ainda são um campo em crescimento. Iniciativas como a Amazônia IA, lançada em abril de 2025, mostram como a tecnologia pode ser desenvolvida com foco nas necessidades brasileiras. Com infraestrutura local e respeito às normas de privacidade, ela se destaca em diversas áreas, como educação e saúde.
Outro exemplo relevante é o Sabiá-3, que começou a ser desenvolvido em 2023. Criado pela Maritaca AI, ele possibilita a tradução e a geração de textos criativos, além de ser acessível por meio de API. Este chatbot já demonstra bom desempenho em exames, destacando-se no cenário nacional embora com dados menos atualizados do que concorrentes internacionais.
Por fim, a iniciativa SoberanIA do Governo do Piauí busca aplicar a tecnologia em serviços administrativos e políticas públicas. Com um modelo alimentado com bilhões de palavras em português, espera-se que a sua nova versão, Soberano I, amplie sua utilidade até 2025. Com projetos inovadores, o Brasil está se posicionando como um país com potencial no desenvolvimento de IAs.
O Brasil tem se destacado no uso de inteligência artificial, mas o desenvolvimento de IAs de origem nacional ainda é um campo pouco explorado. Apesar disso, algumas iniciativas promissoras estão surgindo, com estruturas e bases de dados próprias, buscando fortalecer a soberania tecnológica do país. O TecMundo fez um levantamento de algumas dessas IAs, mostrando suas origens e como elas estão sendo desenvolvidas.
Entre as IAs de origem nacional, destaca-se a Amazônia IA, lançada em abril de 2025, pela WideLabs em parceria com Oracle e Nvidia. Seu código foi desenvolvido por brasileiros e possui conhecimento vasto da cultura e dados nacionais, utilizando energia limpa e renovável, com infraestrutura local e respeito à legislação de dados e privacidade.
A Amazônia IA funciona como um chatbot para áreas como jurídica, educação, saúde, segurança e vendas. Além disso, ela oferece modelos com transcrição de áudios em português e compreensão de textos e imagens. Seu acesso é gratuito, com cadastro no site, e conta com o projeto Amazônia IA 360, que oferece soluções empresariais sob medida.
Outro exemplo de IAs de origem nacional é o Sabiá-3, criado pela Maritaca AI, com desenvolvimento iniciado em 2023 por pesquisadores da Unicamp. Ele pode ser utilizado como chatbot no site oficial sem custos ou contratado via API, com preços variados conforme o uso. O Sabiá-3 traduz, explica, responde perguntas e gera textos criativos, suportando leitura de PDFs e chat por voz.
O Sabiá-3 foi treinado em dados públicos da internet em português e tem bom desempenho em exames nacionais, apesar de seus dados serem menos atualizados que os de concorrentes globais.
Já a SoberanIA é uma iniciativa pública do Governo do Piauí, lançada em junho de 2025, como um chatbot com propósitos sociais e institucionais, incluindo serviços administrativos, pesquisa, atendimento ao cidadão e formulação de políticas públicas. Seu modelo de linguagem foi alimentado com a base de dados Jabuticaba, com mais de 130 bilhões de palavras em português.
A segunda etapa do projeto, a Soberano I, tem lançamento previsto para o fim de 2025, com mais aplicações práticas, como chat para a população, apoio na produção de documentos públicos e suporte a empreendedores do estado. Por enquanto, o acesso é feito por uma API de uso interno.
O EscavAI, desenvolvido pelo Escavador, é uma plataforma lançada em março de 2025, para uso especializado na área judicial ou para pessoas envolvidas em processos. Seu objetivo é descomplicar o universo jurídico com respostas objetivas e linguagem acessível, auxiliando na compreensão de processos, resumo de ações e dúvidas sobre a lei, além de criar documentos no formato adequado.
O EscavAI é atualizado com as leis e jurisprudências brasileiras, com um modelo de linguagem criado em parceria com a Unicamp e a startup NeuralMind. Ele pode ser usado integrado aos produtos do Escavador (gratuitamente) ou como serviço separado via chatbot, com planos de assinatura a partir de R$ 9,90 mensais.
Por fim, o Gaia é um modelo diferente, desenvolvido pelo Instituto de Informática da UFG em parceria com a Abria e outros institutos. Ele foi baseado na arquitetura aberta Gemma 3 da Google, com pré-treinamento em uma base de dados em português do Brasil. Pode ser usado na geração de textos e tarefas de conversação, com desempenho superior em português em relação ao ChatGPT.
O Gaia não possui interface pública, mas seu código está disponível no repositório Hugging Face para integração em outros ambientes. O Tribunal de Contas do Estado já o utiliza em caráter experimental, inclusive para análise automatizada de editais de prefeituras.
Embora o Brasil ainda não seja um polo de desenvolvimento no campo da IA, essas iniciativas demonstram o potencial do país no setor, com projetos focados em conteúdos nacionais, parcerias com universidades e uso no setor público. O governo brasileiro também considera investir em uma IA nacional, visando alternativas para a população e soberania tecnológica.
Via TecMundo