Conselhão Discute Propostas para a COP30 em Manaus

Encontro do Conselhão em Manaus propõe soluções para a COP30, que ocorrerá em novembro em Belém.
15/08/2025 às 17:02 | Atualizado há 3 semanas
COP30 em Belém
Lideranças científicas e autoridades se reúnem em Manaus para avaliar documento da Amazônia. (Imagem/Reprodução: Forbes)

O Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), conhecido como Conselhão, se reunirá em Manaus nos dias 19 e 20 de agosto. O evento reunirá a comunidade científica da Amazônia para discutir propostas para a COP30, que será realizada em Belém em novembro.

Ao todo, 40 instituições contribuem para a elaboração de um documento com soluções para a Agenda Global contra a Mudança do Clima. O foco está na integração de estratégias climáticas aos desafios de desenvolvimento econômico e social, refletindo a revitalização do Conselhão em 2023.

Com o Brasil buscando fortalecer sua posição em questões climáticas, a conferência enfrentará desafios logísticos e de governança. As discussões em Manaus visam garantir que as propostas apresentadas sejam relevantes e eficazes para a implementação das metas do Acordo de Paris.
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O Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), também conhecido como Conselhão, está organizando um encontro crucial em Manaus, na Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Nos dias 19 e 20 de agosto, a comunidade científica e tecnológica da Amazônia se reunirá com a presidência da COP30 em Belém. A iniciativa, que conta com a colaboração de diversas universidades e institutos da Amazônia Legal, terá a presença do embaixador André Côrrea do Lago, presidente da COP30 no Brasil.

O Conselhão, um colegiado consultivo que assessora diretamente o Presidente da República, foi revitalizado em 2023 com um foco em sustentabilidade, integrando a agenda climática às discussões sobre desenvolvimento econômico e social. A retomada do conselho, após sua extinção em 2019, demonstra a importância de alinhar as estratégias de desenvolvimento com as metas climáticas globais.

Este encontro em Manaus tem como objetivo principal a apresentação de um documento elaborado por 40 instituições. O documento reunirá propostas e soluções para a Agenda de Ação do Mutirão Global contra a Mudança do Clima, com um horizonte que se estende de 2025 a 2035. Além disso, o material servirá como base para os debates da COP30, que ocorrerá em novembro, em Belém.

A coordenação do evento envolve diversas instituições de destaque, como a UFAM, a Universidade Federal do Pará (UFPA), a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes – Norte) e o Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (CONIF – Norte). A Embrapa, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz/MS), o Instituto Evandro Chagas (IEC/MS), o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), o Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) e a Rede de Universidades Estaduais da Amazônia Legal (ABRUEM) também participam da organização.

Entre os temas que serão abordados, destacam-se a transição nos setores de energia, indústria e transporte, a gestão sustentável de florestas, oceanos e biodiversidade, a transformação da agricultura e dos sistemas alimentares, a resiliência em cidades, infraestrutura e recursos hídricos, o desenvolvimento humano e social, e objetivos transversais como financiamento, inovação e governança. Esses temas são cruciais para o sucesso da COP30 em Belém e para o avanço das discussões sobre mudanças climáticas no Brasil.

À medida que a COP30 se aproxima, Belém se prepara para sediar a conferência climática em um momento estratégico para o Brasil, que busca fortalecer sua posição no cenário internacional. O país pretende realizar uma edição focada na retomada do multilateralismo e na execução de compromissos, indo além do fechamento de acordos formais. A conferência, agendada para novembro, tem como objetivo impulsionar a implementação das metas do Acordo de Paris e promover ações concretas de adaptação, mitigação e financiamento climático.

Um dos desafios é que muitos países ainda não apresentaram suas novas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), documentos essenciais para atualizar os compromissos de redução de emissões. Essa lentidão global pode comprometer os resultados da COP30, gerando expectativas elevadas, mas com avanços limitados.

No âmbito financeiro, o Brasil pretende usar a conferência para promover o Roadmap Baku–Belém, que visa mobilizar US$ 1,3 trilhão até 2030. Além disso, o país planeja lançar o Tropical Forests Forever Facility, com uma previsão de US$ 125 bilhões para a conservação de florestas tropicais. A intenção é consolidar o papel do Brasil como articulador de recursos para a transição climática, especialmente em países do Sul Global. No entanto, o histórico de dificuldades na governança de fundos e na alocação eficiente desses recursos levanta dúvidas sobre a capacidade de execução dessas iniciativas.

Além da agenda diplomática e financeira, a COP30 em Belém enfrenta desafios estruturais e logísticos. A capacidade hoteleira de Belém é limitada e, devido à alta demanda, os preços das diárias aumentaram significativamente, chegando a valores comparáveis aos de grandes centros internacionais. Para solucionar esse problema, o governo e a prefeitura estão buscando alternativas como o uso temporário de embarcações, escolas e a construção de novos hotéis. As obras de mobilidade urbana e de requalificação da cidade estão sendo aceleradas, mas algumas delas enfrentam críticas de ambientalistas devido aos impactos em áreas sensíveis.

Este cenário complexo e multifacetado destaca a importância do encontro em Manaus, onde a comunidade científica e tecnológica da Amazônia poderá contribuir significativamente para a formulação de estratégias e soluções para a COP30. As propostas e discussões geradas nesse evento serão cruciais para o sucesso da conferência climática e para o avanço das políticas de sustentabilidade no Brasil.

Via Forbes Brasil

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Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.