Construtoras aumentam lançamentos e vendas de imóveis no Brasil

Nova faixa do MCMV acelera vendas e lançamentos no setor imobiliário brasileiro.
20/07/2025 às 11:44 | Atualizado há 2 dias
Lançamentos de imóveis MCMV
Faixa 4 impulsiona lançamentos de construtoras em 28% e vendas em 12% em 2025. (Imagem/Reprodução: Infomoney)

No segundo trimestre de 2025, as construtoras focadas em imóveis de até R$ 500 mil registraram um aumento nos lançamentos e vendas. Os balanços operacionais indicam que o setor, já em crescimento, ganhou novo impulso com a criação da faixa 4 do Minha Casa Minha Vida (MCMV), que começou a valer em maio, cobrindo empreendimentos com baixa liquidez.

As empresas listadas na Bolsa, como Cury, Direcional MRV, Plano & Plano e Tenda, lançaram juntas cerca de R$ 9 bilhões em empreendimentos no segundo trimestre de 2025. As vendas líquidas totalizaram R$ 8,2 bilhões, um aumento de 12,3%.

A faixa 4 do MCMV, uma promessa do governo Lula, atende consumidores de classe média-alta com renda mensal entre R$ 8,6 mil e R$ 12 mil. Esse segmento enfrentava dificuldades devido aos juros altos nos financiamentos, que chegavam a 12% a 13% ao ano. A faixa 4 oferece crédito subsidiado, com taxas de cerca de 10,5% ao ano, usando recursos do fundo de exploração do pré-sal.

Ricardo Paixão, diretor financeiro da MRV, destacou o forte desempenho nas vendas do Minha Casa Minha Vida e a estratégia de lançamentos agressivos. Ele mencionou que a faixa 4 já representa cerca de 20% dos lançamentos da MRV. A empresa não cria projetos específicos, mas enquadra os já em desenvolvimento nessa faixa de preço, facilitando o acesso das famílias à casa própria com juros mais baixos.

A construtora tem aproveitado o momento para reduzir o parcelamento do valor da entrada, facilitando a concretização de negócios. Em outras situações, a prioridade é acelerar as vendas ou aumentar os preços para melhorar a margem de lucro. No segundo trimestre, o preço médio dos imóveis vendidos foi de R$ 270 mil, um aumento de 7,6%.

Na Cury, o resultado trimestral também foi positivo. Ronaldo Cury, diretor de Relações Institucionais, atribuiu o bom desempenho ao “alinhamento dos planetas”, com ajustes no MCMV. Com a faixa 4, 94% dos projetos da empresa se enquadram no programa e têm acesso a financiamento com juros subsidiados, um aumento em relação aos 70% anteriores.

Parte das unidades da Cury tinha valores acima de R$ 350 mil ou eram negociadas para clientes com renda superior a R$ 8,6 mil. Após a criação da faixa 4, a cobertura aumentou. O preço médio dos novos apartamentos da Cury foi de R$ 337,8 mil no segundo trimestre, um aumento de 8,8% na comparação anual. Esse aumento refletiu a oferta de produtos com maior valor agregado e um reajuste de preços para ganhos reais na margem de lucro.

Ricardo Gontijo, presidente da Direcional, está otimista com o programa MCMV. Após as mudanças, 90% dos empreendimentos da empresa se tornaram elegíveis ao programa. Ele enfatizou que a faixa 4 trouxe muitas famílias que antes não conseguiam comprar, gerando uma demanda reprimida.

A Emccamp, com sede em Belo Horizonte, planeja dobrar o volume anual de lançamentos entre 2025 e 2027, atingindo R$ 2 bilhões em negócios. André Avelar, diretor financeiro, afirmou que a empresa está se beneficiando do MCMV. Com a faixa 4, todos os projetos da empresa estão dentro do programa, gerando um ganho de liquidez.

Apartamentos acima de R$ 350 mil, antes comercializados fora do programa com juros mais altos, agora se enquadram na nova faixa. A faixa 4 do MCMV impulsionou os lançamentos de imóveis MCMV, facilitando o acesso à moradia para um número maior de famílias.

Via InfoMoney

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.