Construtoras buscam novas fontes de financiamento diante da escassez de crédito

Com a redução do crédito, construtoras recorrem ao mercado de capitais para financiar projetos imobiliários.
16/08/2025 às 10:24 | Atualizado há 1 dia
Fontes de financiamento imobiliário
Construtoras buscam novas fontes de financiamento para seus projetos imobiliários. (Imagem/Reprodução: Moneytimes)

A diminuição do crédito bancário tem forçado as construtoras a buscar alternativas para viabilizar suas obras. O mercado de capitais ganhou destaque, especialmente com a emissão de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e a captação via Fundos de Investimento Imobiliários (FIIs). Esta mudança vem em resposta à queda de 54% no financiamento proveniente da caderneta de poupança, totalizando R$ 9,1 bilhões no primeiro semestre de 2025.

Sandro Gamba, presidente da Abecip, comentou que essa adaptação significa um redirecionamento nas estruturas de financiamento. Além disso, o diretor da Kinea, Carlos Martins, ressalta que o mercado de capitais está cada vez mais presente no setor, oferecendo soluções especialmente para pequenas e médias empresas que enfrentam obstáculos com o crédito bancário.

As construtoras esperam que a diversificação das fontes de financiamento continue, visto que a poupança não deve recuperar seu peso anterior. Para 52% das incorporadoras, contratar financiamento se tornou mais difícil e 54% delas acreditam que o mercado de capitais será uma solução, mesmo que apresentem desafios de custos comparados com as formas tradicionais.
Com a diminuição do crédito bancário, as construtoras estão buscando alternativas para viabilizar seus projetos. A principal mudança é o aumento no uso do mercado de capitais, com emissão de Fontes de financiamento imobiliário como os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e a captação via Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs).

A Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) divulgou dados que mostram uma queda de 54% no financiamento imobiliário proveniente da caderneta de poupança no primeiro semestre de 2025, totalizando R$ 9,1 bilhões. Apesar disso, o volume de lançamentos de imóveis se manteve, impulsionando a busca por outras fontes de recursos.

Sandro Gamba, presidente da Abecip, ressalta que essa mudança representa um redirecionamento para novas estruturas de financiamento. Carlos Martins, sócio da Kinea, complementa que o mercado de capitais já participa ativamente do setor, focando agora na construção, especialmente para pequenas e médias empresas que enfrentam dificuldades com o crédito bancário.

Essa tendência de diversificação das Fontes de financiamento imobiliário deve continuar, uma vez que a poupança não deve retomar o peso anterior nos financiamentos bancários. Martins aponta que o problema não é a falta de liquidez nos bancos, mas sim as altas taxas de juros praticadas.

Dados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) mostram um crescimento de 5% no volume financeiro do setor imobiliário no mercado de capitais, passando de R$ 649 bilhões em dezembro de 2024 para R$ 681 bilhões em junho de 2025. Bruno Bianchi, diretor do Itaú BBA, explica que a queda do crédito bancário também foi influenciada pela antecipação de recursos no final de 2024, motivada pela expectativa de aumento das taxas no início de 2025.

Muitas construtoras adiantaram contratações do Plano Empresário do primeiro trimestre de 2025 para o quarto trimestre de 2024, e agora mostram cautela, aguardando a definição das taxas de juros para darem andamento aos financiamentos. A expectativa é que o crédito se recupere no segundo semestre, caso haja sinais de queda nos juros.

Miguel Mickelberg, diretor financeiro e de RI da Cyrela, destaca que o mercado de capitais se torna mais atrativo em termos de taxas, com o aumento dos juros dos financiamentos bancários. No entanto, a empresa ainda prioriza o crédito bancário, pois facilita o repasse aos clientes na entrega das chaves.

Um levantamento da Brain Inteligência Estratégica, em parceria com a Abrainc, revela que as incorporadoras estão enfrentando dificuldades para acessar o crédito bancário. Para 52% das empresas, contratar financiamento ficou “mais difícil” neste ano, e para 34%, “muito mais difícil”. A pesquisa envolveu cerca de 200 empresas de diferentes portes e regiões.

A pesquisa aponta que 54% das empresas acreditam no aumento do papel dos investidores, com maior aporte de sócios ou terceiros. Além disso, 24% pretendem recorrer mais ao caixa próprio, e 32% ao FGTS, através do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) para obter Fontes de financiamento imobiliário.

O levantamento também mostra que 54% das empresas consideram o mercado de capitais como uma solução, embora com restrições, enquanto 46% não pretendem acessá-lo, alegando custos elevados em comparação com as fontes tradicionais. Fernanda Mello, presidente da securitizadora Vert Capital, observa que o acesso ao mercado de capitais exige um alto nível de governança.

No cenário atual, as construtoras precisam se adaptar e explorar novas Fontes de financiamento imobiliário para garantir a viabilidade de seus projetos, equilibrando custos e buscando alternativas que facilitem o acesso ao crédito tanto para as empresas quanto para os clientes finais.

Via Money Times

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.