COP30 em Belém começa com dúvidas sobre acordo final

COP30 inicia em Belém com dúvidas sobre consenso e transição energética entre mais de 190 países presentes.
10/11/2025 às 12:22 | Atualizado há 3 semanas
               
COP30 em Belém
Presidente da COP30 destaca a importância de focar em esforços menores para grandes mudanças. (Imagem/Reprodução: Forbes)

A COP30 foi inaugurada em Belém reunindo mais de 190 países para debater temas climáticos importantes. Ainda há incertezas sobre o acordo final e como serão tratadas questões delicadas como a saída de fontes poluentes e o financiamento da transição energética.

O diálogo entre os países é desafiador, com propostas para focar em ações menores dada a complexidade de um consenso global. A presença de lideranças indígenas e o papel crescente da China marcam a edição, enfatizando a diversidade de interesses e pressões.

O presidente Lula reforça a importância de um plano para abandonar os combustíveis fósseis, mas ainda não há consenso. Novos planos climáticos são aguardados, e o foco está em encontrar caminhos para reduzir emissões e enfrentar o aquecimento global de forma eficaz.
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A COP30 em Belém, que reúne mais de 190 países, teve sua abertura nesta segunda-feira (10). Contudo, as pautas que serão debatidas durante as duas semanas da cúpula da ONU ainda não estão claras. Além disso, permanece incerto como serão tratadas questões delicadas, como o abandono de fontes de energia poluentes, prometido em 2023, e o financiamento necessário para essa transição.

O principal ponto de interrogação é se os países buscarão um acordo final, algo complexo em um cenário global instável e com resistências de alguns países em relação à transição para longe dos combustíveis fósseis. Alguns países, incluindo o Brasil, propuseram que as nações se concentrem em esforços menores, que não necessitem de consenso, após anos de grandes promessas não cumpridas.

André Corrêa do Lago, presidente da COP30, expressou preferência por não precisar de uma decisão formal da COP. No entanto, garantiu que, se houver um desejo claro dos países por uma decisão, a situação será analisada. Corrêa do Lago também destacou a crescente importância da China nas negociações, especialmente com a possível saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris e as dificuldades da União Europeia em manter suas ambições devido a preocupações com a segurança energética.

Segundo Corrêa do Lago, países emergentes como a China estão desempenhando um papel diferente na COP, oferecendo soluções para todos. Ele ressaltou que as tecnologias verdes acessíveis da China estão liderando a transição energética global. Apesar das reclamações de que a China está movimentando o PIB mundial, ele considera que isso é positivo para o clima.

Lideranças indígenas também marcam presença na COP30 em Belém, após viajarem de barco por cerca de 3.000 km desde os Andes até a costa brasileira. Eles reivindicam maior participação na gestão de seus territórios, diante da intensificação das mudanças climáticas e da expansão de setores como mineração e extração de petróleo em suas florestas.

Pablo Inuma Flores, liderança indígena do Peru, enfatizou a necessidade de ações concretas em vez de promessas, lamentando os impactos das mudanças climáticas e atividades ilegais em seus territórios. Cientistas de diversas universidades e instituições alertaram para o degelo das geleiras e outras áreas congeladas do planeta, alertando para a desestabilização da criosfera em ritmo alarmante.

Esses grupos enfatizaram que as tensões geopolíticas não devem obscurecer a COP30 em Belém, já que a mudança climática representa o maior desafio de segurança e estabilidade da atualidade. A votação da agenda será o primeiro ponto da COP30. Segundo Corrêa do Lago, os países têm discutido há meses sobre o que incluir, um processo que ele descreveu como uma troca de prioridades.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva espera que os países considerem um plano para abandonar os combustíveis fósseis, embora o consenso sobre como isso será feito ainda seja incerto. Outras questões a serem discutidas na COP30 em Belém incluem a redução de emissões, já que os planos atuais não são suficientes para limitar o aquecimento global, e as emissões agrícolas, um tema geralmente negligenciado.

Até o momento, 106 governos apresentaram novos planos climáticos, e outros devem apresentar seus planos durante a semana. A atenção está voltada para a capacidade dos países de encontrar pontos em comum e traçar um caminho ambicioso para enfrentar os desafios climáticos globais.

Via Forbes Brasil

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Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.