COP30 em Belém reúne 3 mil indígenas e fortalece voz dos povos tradicionais nas negociações climáticas

COP30 em Belém marca presença histórica de indígenas nas discussões climáticas, reforçando proteção das florestas e direitos territoriais.
12/11/2025 às 12:45 | Atualizado há 3 semanas
               
COP30 reúne indígenas
ONU reúne 361 etnias brasileiras e povos de três continentes em conferência histórica. (Imagem/Reprodução: Forbes)

A COP30 em Belém acolhe a maior delegação indígena já vista em conferências climáticas, com 3 mil indígenas presentes na AldeiaCOP e 400 líderes participando das negociações da ONU. O evento, organizado pelo Ministério dos Povos Indígenas e a Apib, marca uma etapa importante da atuação indígena.

A AldeiaCOP funciona como aldeia simbólica e espaço cultural, com atividades abertas ao público até 21 de novembro, incluindo feira de bioeconomia, eventos culturais e debates sobre políticas ambientais. A ministra Sônia Guajajara destaca a necessidade da inclusão indígena para combater a crise climática.

O encontro busca consolidar a proteção das florestas como prioridade global, promovendo a demarcação de terras e o financiamento internacional dos povos tradicionais. Iniciativas culturais e educativas complementam o evento, unindo 361 etnias em torno de um compromisso por um futuro sustentável.
A COP30 reúne indígenas na capital paraense, marcando a maior delegação indígena já vista nas conferências climáticas. Três mil indígenas estão alocados na AldeiaCOP, com mais dois mil espalhados pela cidade. Cerca de 400 líderes foram credenciados para participar diretamente das negociações da ONU, um esforço conjunto do Ministério dos Povos Indígenas (MPI) e da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib).

A AldeiaCOP, um espaço aberto ao público até 21 de novembro, foi montada no Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Pará (UFPA). O local foi adaptado para receber visitantes, oferecendo alojamentos e um palco para apresentações culturais. Há também uma feira de bioeconomia, áreas para debates e uma casa espiritual para rituais.

Sônia Guajajara, ministra dos Povos Indígenas, enfatiza o caráter simbólico e político da presença indígena em Belém. Ela ressalta a importância de proteger a floresta, que tem um custo de vidas e está sendo destruída pelo uso predatório da terra e da natureza. A mensagem central é que não haverá solução para a crise climática sem a inclusão e a participação dos povos indígenas.

Kléber Karipuna, coordenador executivo da Apib e da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), explica que o espaço da AldeiaCOP foi projetado para reproduzir o ambiente de uma aldeia. O objetivo era criar um local arborizado e acolhedor, com áreas para descanso, alimentação e debates.

Essa mobilização faz parte do projeto Círculo de Povos, criado pela presidência brasileira da COP. Antes do evento, dois mil indígenas de 361 etnias participaram de uma formação sobre políticas climáticas e direitos territoriais. A COP30 reúne indígenas que buscam o reconhecimento da proteção das florestas como uma medida crucial para mitigar a crise climática, além de incluir a demarcação de terras indígenas nas metas nacionais.

A criação de mecanismos diretos de financiamento internacional para povos tradicionais é também uma das principais reivindicações. O objetivo é sair de Belém com um compromisso concreto dos países com a demarcação e proteção dos territórios, um legado que se espera deixar para as futuras gerações.

A programação indígena na COP30 reúne indígenas em diversos espaços, como a Casa Maraká, dedicada à mídia indígena. O Festival de Cinema Ecos da Terra, promovido pelo Museu Nacional dos Povos Indígenas em parceria com diversas instituições culturais, também faz parte da programação. O festival será realizado de 13 a 19 de novembro no Museu da Imagem e do Som, integrando a 10ª Mostra de Cinema da Amazônia.

A ministra Sônia Guajajara resume o objetivo da presença indígena na conferência: apresentar ao mundo uma forma sustentável de relação com a natureza e de proteção ao planeta.

Via Forbes Brasil

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