A COP30, prevista para ocorrer em Belém, terá uma inovação: 30 Crianças Embaixadoras serão escolhidas para representar jovens no evento. Essa iniciativa, promovida em parceria com organizações internacionais, busca dar voz às crianças na discussão sobre a crise climática.
Uma consulta pública será realizada em nove países, incluindo o Brasil, para selecionar os representantes. A Fundação Plant-for-the-Planet está liderando esta ação, que conta com apoio do governo brasileiro e visa uma escuta ética sobre as questões climáticas enfrentadas pelas novas gerações.
Os diálogos ocorrerão em vários países e as ideias coletadas serão levadas à presidência da COP durante a Semana do Clima em Nova York. A inclusão das vozes infantis é uma estratégia para garantir que as prioridades e preocupações das crianças sejam consideradas nas discussões sobre o futuro do planeta.
A **COP30**, que ocorrerá em Belém, terá uma iniciativa inédita: a escolha de 30 Crianças embaixadoras COP30. Essa ação, liderada pela presidência da COP30 em conjunto com organizações internacionais, visa garantir que as vozes e perspectivas dos jovens sejam ouvidas na conferência climática. Uma consulta pública será realizada em nove países, incluindo o Brasil, para selecionar esses representantes.
A Fundação Plant-for-the-Planet, uma das parceiras na iniciativa, anunciou o lançamento de uma consulta pública dentro do Balanço Ético Global (BEG). Essa proposta do governo brasileiro tem como objetivo promover uma escuta ética e planetária em relação à crise climática e ambiental.
Os diálogos serão realizados com crianças de nove países: Brasil, Alemanha, Chile, Colômbia, Índia, México, Nepal, Nigéria e Uganda. O primeiro encontro está marcado para 30 de agosto, em Santiago, no Chile. As ideias e perspectivas coletadas serão enviadas à presidência da COP durante a Semana do Clima de Nova York.
O Balanço Global, inspirado no Acordo de Paris, busca ir além das análises técnicas sobre o progresso climático, com foco nos dilemas morais e éticos das mudanças climáticas. Embora a proposta inicial incentivasse a participação de jovens, ativistas e povos indígenas, ela não mencionava o público infantil.
A Plant-for-the-Planet está trabalhando com outras instituições para adaptar a proposta e incluir as crianças nesse processo. A organização acredita que, dentro da perspectiva da justiça climática, as crianças são vulneráveis aos efeitos da crise climática, mas também devem ser agentes de mudança.
Luciano Frontelle, diretor-executivo da Plant-for-the-Planet Brasil, acredita que a inclusão das vozes infantis vai além do simbolismo. O objetivo é explorar questões éticas, de justiça intergeracional e de direitos humanos.
A abordagem é apoiada pelo recente parecer consultivo da Corte Internacional de Justiça (CIJ), que confirmou a ação climática como uma questão fundamental. Os diálogos terão como foco criar espaços onde as crianças possam compartilhar suas experiências diretas com os impactos climáticos em suas comunidades e a sabedoria tradicional sobre como viver em equilíbrio com a natureza.
Um relatório recente do Instituto Alana com a Laclima analisou a menção a termos como “crianças”, “jovens” e “futuras gerações” nas decisões das principais conferências da ONU sobre mudanças climáticas. O estudo mostrou um aumento significativo na menção a esses termos ao longo dos anos.
A Plant-for-the-Planet espera que as crianças e jovens apresentem demandas que transcendam recomendações técnicas. Eles devem priorizar aspectos éticos e sociais, como educação climática de qualidade, ações urgentes de adaptação nas comunidades mais afetadas, participação efetiva nos processos de tomada de decisão climática e compromissos concretos de justiça climática.
Fundada em 2007, a Plant-for-the-Planet nasceu da visão de um menino de 9 anos que mobilizou colegas para plantar 1 milhão de árvores no mundo para solucionar a crise climática. Atualmente, a organização atua com foco na educação de jovens, restauração de ecossistemas e pesquisa sobre restauração florestal.
Ao envolver as Crianças embaixadoras COP30 nesse processo, a COP30 busca garantir que suas vozes sejam ouvidas e que suas perspectivas sejam consideradas nas discussões sobre o futuro do planeta. Essa iniciativa representa um passo importante para promover a justiça climática e garantir um futuro sustentável para as próximas gerações.
Via Exame