O setor de viagens corporativas no Brasil passa por um crescimento significativo, alcançando em 2024 um faturamento histórico de 131 bilhões de reais, com projeções de um aumento de 3,5% em 2025. Nesse contexto, novas exigências estão moldando o mercado, como o controle de custos e a digitalização. Práticas de sustentabilidade também se tornaram um diferencial crítico, definindo quem se destaca neste segmento.
A Copastur, uma das cinco principais empresas de viagens corporativas do país, busca se adaptar a essas mudanças e expandir seus negócios. Com receitas de 2,5 bilhões de reais, a companhia está desenvolvendo um ecossistema próprio com 12 marcas, incluindo uma nova joint venture com a 8B Seguros, que pretende gerar 800 milhões de reais em prêmios anuais, abrangendo vários segmentos de seguro.
Edmar Mendoza, CEO da Copastur, destaca que a empresa sempre ficou nos bastidores, mas agora quer mostrar sua gama de serviços mais ampla. Ele acredita que o mercado exige soluções integradas, e a estratégia é centralizar várias ofertas em um único lugar. No entanto, essa abordagem traz desafios, especialmente em um ambiente competitivo, onde empresas como CVC Corp e Decolar dominam o cenário. A Copastur precisa equilibrar agilidade com a diversificação de sua atuação em áreas como tecnologia, eventos e educação executiva.
A história da Copastur começa em 1973, quando focou no atendimento a empresas, oferecendo serviços diretos, como a venda de passagens e gestão de logística. Ao longo dos anos, a empresa adotou inovações tecnológicas e se transformou em uma referência no segmento B2B, mantendo um portfólio robusto de cerca de 700 contas ativas.
Em 2010, a Copastur estabeleceu parcerias internacionais com a Direct ATPI, consolidando seu papel no atendimento a multinacionais. Uma de suas áreas mais estratégicas é o setor de óleo e gás, onde gerencia trocas de tripulação em plataformas e navios, respeitando rigorosos padrões de documentação e segurança. Essa operante complexidade exige uma logística precisa, essencial para evitar paradas nas operações nas plataformas.
Hoje, aproximadamente 20% da receita da Copastur advém de sua atuação na troca de tripulação, com operações contínuas em regiões como Guiana e Estados Unidos. No total, a Copastur conta com 12 unidades de negociação, abrangendo serviços de educação, marketing, assistência na obtenção de vistos, intercâmbio e serviços financeiros.
Apesar do crescimento, o desafio permanece. Os clientes estão cada vez mais exigentes em termos de controle e eficácia dos gastos em viagens. Dados do setor indicam que 78% dos gestores priorizam a redução de custos, enquanto a digitalização se tornou uma necessidade imperativa. Nessa linha, a Copastur acredita que seu Super App C+ pode servir como um ponto de convergência, centralizando informações e aumentando a eficiência operacional.
No entanto, a resistência à tecnologia por parte dos próprios viajantes e departamentos de RH se torna um obstáculo considerável. As empresas muitas vezes preferem manter operações centralizadas com agentes. Edmar menciona que a intenção é oferecer tanto soluções digitais quanto atendimento humano, mas a adaptação dos clientes pode ser lenta.
Por fim, a Copastur não está apenas expandindo seu leque de serviços, mas também seu alcance na América Latina. Para 2025, a empresa planeja consolidar novas marcas, medir retornos e investir no desenvolvimento de seu aplicativo como centro da experiência.
Via Exame