Copom deve manter Selic em 15%; expectativa sobre cortes de juros

Copom pode manter Selic em 15%; veja quando os cortes de juros devem começar.
30/07/2025 às 06:04 | Atualizado há 3 dias
Cortes de juros
Inflação em recuo e tarifas influenciam cenário para queda de juros, segundo XP e ASA. (Imagem/Reprodução: Infomoney)

Após a reunião do Copom, a expectativa é que a taxa Selic seja mantida em 15%. Apesar da inflação estar em queda, existe uma pausa para analisar a reação da economia. Economistas da XP projetam o início dos Cortes de juros para janeiro de 2026, chegando a 12,50% ao final do ano. Já Jeferson Bittencourt, do ASA, acredita que os cortes podem começar ainda este ano, impulsionados pela queda da inflação e pressões governamentais.

Natalie Victal, da SulAmérica Investimentos, espera que o Copom mantenha uma postura de juros altos por um período prolongado. No entanto, ela reconhece que os dados recentes podem levar o mercado a interpretar o comunicado de forma mais suave. Caso o Banco Central explicite a desaceleração da atividade ou mencione sinais de melhora na inflação, o mercado pode antecipar os Cortes de juros.

Desde a última reunião do Copom em junho, os indicadores de inflação têm mostrado recuo. Apesar de ainda estarem acima da meta, as medidas de núcleo já apresentam queda pelo segundo mês consecutivo em julho. A inflação corrente tem se beneficiado da apreciação cambial, da queda nos preços do petróleo e da deflação de alimentos no mercado interno. As projeções do Copom indicam que a inflação deve recuar para 4,8% no final de 2025 e para 3,5% no final de 2026, ainda distante da meta de 3%.

O mercado de trabalho continua sendo um ponto de atenção para a inflação, com a taxa de desemprego em níveis baixos e aumento do salário real, o que impulsiona o consumo. As indústrias operam próximas da capacidade máxima instalada, indicando um alto nível de produção. Por outro lado, as vendas no varejo e as receitas de serviço têm crescido em ritmo mais moderado, com setores ligados a crédito mostrando sinais de arrefecimento.

As tarifas de Donald Trump também têm um impacto na atividade econômica interna. A ameaça de tarifas de 50% para as exportações brasileiras aos EUA pode gerar um impacto deflacionário, já que o que não for exportado pode ficar no mercado interno, aumentando a oferta e reduzindo os preços. Bruno Cotrim, da Top Gain, alerta que essa tarifa pode prejudicar a indústria brasileira, inviabilizando as exportações e gerando excesso de oferta interna. A XP também alerta para a pressão sobre o câmbio, com a possibilidade de desvalorização do real e aumento dos custos de importação.

O segundo semestre de 2025 trará estímulos para a economia, como o pagamento de precatórios, o ressarcimento de aposentados lesados e linhas de crédito para reforma de apartamentos. Esses estímulos podem pressionar a inflação e reduzir as chances de Cortes de juros pelo Banco Central. Carlos Honorato, da FIA, acredita que o BC deve manter a taxa de juros até se sentir seguro dos movimentos deflacionários, priorizando os riscos sobre a inflação.

Via InfoMoney

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.